Conceição do Jacuípe-BA: Bebê fica preso durante o parto e tem cabeça decepada; família acusa a unidade de saúde pela morte do bebê.
A dona
de casa Renata dos Santos, de 28 anos, perdeu o filho durante o parto realizado
no hospital municipal de Conceição do Jacuípe, na região de Feira de Santana, e
a família dela acusa a unidade de saúde pela morte do bebê. Os parentes contam
que foi iniciado um parto normal e que a criança chegou a colocar a cabeça para
fora, ainda viva, mas morreu em seguida asfixiada, e precisou ser decapitada
para que o parto fosse concluído.
Conforme
Renata, o parto e a perda do filho ocorreram na última segunda-feira (11).
Pouco mais de uma semana depois da situação, ela ainda tem marcas no corpo. A
mulher, que tem três filhos, contou que fez o pré-natal na unidade de saúde da
família, que fica perto de casa, e que estava tudo bem com a criança, que
pesava 2,547kg.
A
família de Renata relatou que no dia do parto, ela chegou à unidade de saúde de
Conceição do Jacuípe por volta das 12h e logo foi atendida. O médico informou à
família que a gestante estava com dois centímetros de dilatação e pediu para
aguardar. Quando a mulher já estava com sete centímetros de dilatação o parto
foi iniciado.
"Tudo
planejado e hoje estou sofrendo desse jeito. No dia, eu só vi ela [alguém da
equipe médica] subindo em cima de mim e batendo no meu rosto. Eu acordei assustada
e ela mandou eu acordar, para ajudar o médico a fazer o parto. Depois abriram
minhas pernas. Uma ficou empurrando a minha barriga e eu gritava socorro. Ele
[o médico] ainda disse que o bebê estava vindo e que a cabeça já estava ali.
Pedia para eu fazer força e eu disse que não estava aguentando. Ai depois eles
mudaram a minha posição", relatou.
Uma
vizinha que acompanhou Renata no atendimento disse que o bebê ainda chegou a
chorar. "Ainda chorou e quando a moça saiu da sala eu perguntei se já
teve. Ela disse que daqui a pouco iria estar tudo certo", disse Kattarina
Barbosa.
Ainda
segundo a família de Renata, por volta das 16h30, a equipe do hospital começou
a arrumar a paciente na ambulância e informaram que a gestante seria enviada
para o Hospital Clériston Andrade, em Feira de Santana, a cerca de 28 km de
Conceição do Jacuípe, porque não conseguiram retirar a criança da mãe.
"Foi
encaminhada para a sala de cirurgia imediatamente e ele voltou dizendo que
minha irmã estava bem, mas que iria passar por uma cirurgia, porque a criança
já tinha vindo a óbito. Isso pelo fato de que não conseguiu continuar
respirando, porque a cabeça saiu e o corpo não saiu. Aí, os médicos do
Clériston tiveram que decapitar a cabeça da criança para depois fazer a
cesariana para retirar o corpo", disse a irmã de Renata, Reniele dos
Santos.
O
diretor administrativo do hospital informou que o parto cesáreo não é realizado
na unidade de saúde, mas que o diretor médico enviaria uma nota esclarecendo o
que ocorreu no parto de Renata. O atestado de óbito diz que a criança morreu
por hipoxia fetal, ou asfixia, por conta do trabalho de parto prolongado.
A
família de Renata registrou a ocorrência na delegacia da cidade e pede Justiça.
"Eu saí de casa com contrações para ter ele e acabou acontecendo que meu
filho morreu. Eles mataram meu filho", disse Renata.
A
secretária de Saúde de Conceição do Jacuípe, Zenaildes Lisboa, disse que está abrindo
uma sindicância para apurar o caso e adotar as medidas cabíveis. Informou,
ainda, que a secretaria está dando apoio psicológico para Renata e os
familiares.
O
médico que atendeu a mulher no Hospital Clériston Andrade disse que não havia
outra saída para retirar o bebê e salvar a vida da mãe, porque o ombro da
criança ficou preso e ela pesava 5 quilos, o que dificultava a retirada de
forma normal. (G1)
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