Caminhão com peça de telescópio brasileiro e argentino de US$ 8 milhões tomba perto de precipício
Um
caminhão que transportava uma peça de um telescópio avaliado em US$ 8 milhões,
e que está sendo construindo em parceria entre Brasil e Argentina, tombou há
uma semana à beira de um precipício em Cuesta de Lipán, na Argentina. O
veículo, que estava a caminho de San Antonio de los Cobres, em Salta, ficou
bastante destruído, mas o motorista sofreu apenas ferimentos leves e a peça,
que pesa 16,5 toneladas e tem valor estimado em US$ 750 mil, não foi
danificada. Segundo o jornal argentino “Clarín”, a causa do acidente foi o
motorista ter perdido a direção após sofrer um mal-estar, provocado pela
altitude, já que o trecho onde o caminhão tombou está a mais de 4 mil metros
acima do nível do mar. Policiais foram chamados para vigiar o local até sábado
(27), quando a peça deve ser removida e transportada por outro caminhão. Embora
aparentemente não haja danos, especialistas irão realizar testes e uma análise
mais aprofundada quando ela chegar a Salta. A emissora Todo Notícias diz que as
partes do telescópio, que vieram de diversos centros europeus, chegaram à
Argentina em agosto de 2017, e saíram da cidade de Zarate há alguns dias. No
total, o equipamento todo pesa 90 toneladas. Zulema Abraham, uma das PI do
projeto no Brasil, como são chamados os Investigadores Principais, diz que,
embora ainda não se tenha certeza sobre o estado da peça, que veio da Itália,
"a situação está sob controle". Ela explica que, além de todo o
material ter seguro, a montagem será uma das últimas etapas da obra, dando
tempo para um eventual reparo, caso necessário. Segundo ela, o telescópio terá
15 partes, que só devem ser montadas na primavera. Atualmente está sendo
construída a base, e esse processo deve levar alguns meses até ser concluído.
Após o fim de toda a obra, previsto para o final deste ano, começam os testes e
a instalação dos receptores. O funcionamento do telescópio, que deve ser usado
por especialistas brasileiros e argentinos, é planejado para 2019. Ele é parte
do projeto astronômico, científico e tecnológico Llama (Large Latin American
Milimiter Array), e será usado para estudar a evolução do universo. A antena,
com 12 metros de diâmetro, será instalada em Altos de Chorrillo, na puna
(planalto da Cordilheira dos Andes), 4.825 metros acima do nível do mar, e
permitirá estudar física solar e buracos negros, entre outros fenômenos do
Universo. A antena estará estrategicamente situada para poder fazer pesquisas
coordenadas com uma rede de 60 antenas instaladas, no âmbito do projeto ALMA,
do lado chileno do deserto do Atacama, por Estados Unidos, Canadá, Japão,
Taiwan e países europeus. (G1)
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