Mulher acusada de tentar roubar carro morre após ser amarrada por moradores em árvore com formigas venenosas.

Uma boliviana de
52 anos morreu após sofrer o ataque das formigas venenosas que viviam em uma
árvore na qual foi amarrada com seus dois filhos por uma multidão que os acusou
de tentar roubar carros, informou a polícia na quarta-feira (4). O linchamento
aconteceu no sábado (31) na cidade amazônica de Caranavi, 156 quilômetros ao
nordeste da capital La Paz, mas o caso só foi divulgado na quarta-feira após
ser confirmado pela polícia e uma advogada da família das vítimas.
A mulher e seus
filhos foram espancados e amarrados pela multidão ao que chamam de "pau
santo", que era a árvore onde havia o formigueiro, após serem acusados de
tentar roubar carros nessa cidade. Os policiais resgataram as vítimas, mas a
mulher morreu pouco depois em um hospital e seus dois filhos, que são maiores
de idade, ainda se recuperam dos ferimentos. Os filhos da mulher negaram ser
ladrões e disseram à polícia que foram a Caranavi para tentar cobrar dívidas.
Segundo a advogada Roxana Bustillos, a mulher morreu por uma broncoaspiração supostamente
porque as formigas lhe picaram na traqueia, provocando uma inflamação que lhe
impediu de respirar, indicou o portal informativo "Urgente.bo".
A advogada
acrescentou que se trata de um ato de "barbárie" porque mostra que
não há respeito "aos valores humanos, aos direitos e às garantias
constitucionais". Os casos de linchamentos são relativamente frequentes na
área rural e alguns bairros periurbanos da Bolívia, e, segundo a Defensoria
Pública do país, em 2015 ocorreram 32 tentativas, das quais cinco terminaram em
morte. Em algumas ocasiões, os que cometem os linchamentos se justificam pela
"justiça comunitária", reconhecida na Constituição boliviana de 2009,
mas as autoridades explicaram várias vezes que esse sistema judiciário não admite
castigos brutais nem a pena de morte. (Fonte: G1)
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