Jiboia rara é achada após mais de 60 anos de buscas.
Com a ajuda da
comunidade rural de Guapiruvu, em Sete Barras (SP), a pouco mais de cem
quilômetros da divisa com o Paraná, pesquisadores do Instituto Butantan e do
Museu de Zoologia da USP anunciaram a redescoberta da espécie Corallus
cropanii, conhecida como jiboia-do-Ribeira ou jiboia-de-Cropan.
A cobra,
considerada uma das mais raras do mundo, foi encontrada pela segunda vez viva
em seu habitat após 64 anos.
A primeira,
achada em 1953, em Miracatu (SP), foi descrita pelo herpetólogo do Butantan
Alphonse Richard Hoge como um macho de aproximadamente um metro. O novo
espécime, encontrado no último dia 21 por moradores da região de Sete Barras,
também é um macho com 1,7 metro e 1,5 quilo. Como toda jiboia, ela não é
venenosa e mata suas presas por esmagamento.
“A cobra será
estudada a fim de se descobrir mais informações sobre sua biologia e hábitos.
Como nunca foi observada na natureza, não temos muitas informações sobre o seu
comportamento”, disse a bióloga do Instituto Butantan Lívia Corrêa. “Ela será
solta em seu habitat natural e receberá um equipamento com radiotelemetria que
possibilitará seu rastreamento na natureza e a transmissão de informações aos
pesquisadores”, explicou.
Segundo a
bióloga, a redescoberta só foi possível graças à parceria com a comunidade do
Vale do Ribeira. Os pesquisadores deram palestras e materiais sobre o animal
com o objetivo de encontrá-lo vivo. As ações mostraram a importância de
conservar as serpentes e o ecossistema onde elas vivem, além de promover a
apropriação da biodiversidade local pela comunidade (que por falta de
informação matava as serpentes encontradas).
Registros da
jiboia
• 1953:
Encontrada viva pela 1ª vez em Miracatu (SP)
• 1969:
Capturada em Pedro Toledo (SP) e levada já morta ao Butantan
• 1978:
Localidade incerta, mas chegou por trem de Santos (SP) ao Butantan
• 2003:
Encontrada sem vida em Eldorado (SP). Cabeça e pele conservados em álcool por
um morador
• 2009: Apenas
fotos em Guapiruvu, Sete Barras (SP)
• 2017:
Encontrada viva em Guapiruvu, Sete Barras (SP)
(Do Metro Jornal)
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