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Boquira-BA: Um pouco da biografia de um dos povoados mais rico em belezas naturais e culturais desse município.

Colégio Municipal Divino Pai Eterno
(Comunidade de Lapinha)

PROJETO - SEMANA DA CULTURA
 PÚBLICO ALVO -  COMUNIDADE BOQUIRENSE


TEMA: “Raízes e memórias”: Resgatando e disseminando nossas riquezas culturais

Justificativa:

A cultura é uma herança de valor inestimável para um povo. É através dela que criamos nossa própria identidade, constituímos nossos valores e preservamos nossas origens. Sem ela não sabemos de onde vimos nem para onde vamos. Como se percebe que as tradições culturais estão sendo fragmentadas, e muitas vezes esquecidas na e pala comunidade, faz-se necessário o resgate das raízes culturais, de modo a proporcionar o resgate e a valorização das riquezas culturais históricas da localidade, contribuindo para o reavivamento às memórias e às tradições. Assim, para manter viva a cultura, de modo a garantir sua disseminação e propagação, é de extrema importância e necessidade, o trabalho de resgate, conscientização e valorização juntamente com a comunidade escolar, especialmente com os jovens, pois para a preservação e transmissão da herança cultural às gerações futuras, é indispensável que as atuais gerações reconheçam sua identidade cultural, preserve-a e se posicione na sociedade perante a ela.

Objetivo geral:
    Resgatar e valorizar a riqueza cultural da comunidade local, com o propósito de se apropriar desses saberes junto ao alunado, disseminando-o à comunidade local e boquirense como um todo, através de manifestações artísticas e culturais como dança, reisado, samba de roda, repentes, langas, cordéis, artes musicais, artesanatos, etc.

Objetivos específicos:
       Ø   Resgatar as raízes culturais da comunidade;
Ø  Compreender a importância da cultura para um povo;
Ø  Divulgar a cultura local para a comunidade municipal;
Ø  Valorizar os saberes da comunidade local;
Ø  Identificar o repente, o samba de roda e o reisado como uma manifestação cultural da comunidade;
Ø Assegurar a herança das riquezas culturais da comunidade às novas gerações;
Ø  Estimular o alunado a preservar e a valorizar as riquezas culturais locais;
Ø  Despertar no aluno o censo de valorização à cultura da comunidade;
Ø  Conhecer o significado das manifestações culturais;
Ø  Discutir o significado dos artesanatos para a cultura de um povo;
Ø  Apropriar-se dos artesanatos locais;
Ø  Conhecer as origens das manifestações culturais.

Localização e características peculiares

Situada na região serrana, com aproximadamente 200 habitantes, a comunidade de Lapinha está localizada a oeste do seu município (Boquira), a aproximadamente 27 km do mesmo, fazendo divisa com o município de Paratinga, onde aproximadamente 7 km a separa da comunidade de Carrapicho, localizada no município vizinho. Conhecida por suas paisagens encantadoras e belos cenários naturais, se encontra em uma região montanhosa, cercada por pedras, morros e grutas de características diversas. Também dispõe de uma nascente de água de excelente qualidade, localizada em uma área denominada Pingas, (na divisa com o povoado de Barra) sendo esta a responsável pelo abastecimento de toda a localidade.

Origem da comunidade (Lapinha)

De acordo como os residentes mais idosos da comunidade, a origem do nome LAPINHA tem uma relação direta com a grande quantidade de pedras existentes na comunidade. Segundo eles, há mais de um século, esta localidade, que dispunha de grutas apropriadas para descanso, serviam aos romeiros, que frequentemente faziam viagens (a pé e a cavalo) para Bom Jesus da Lapa (cidade muito freqüentada na época e turística até os dias atuais). A partir de então, a comunidade foi batizada com o nome que leva até os dias atuais, sendo reconhecida por suas belezas naturais e riquezas culturais.

Primeiros habitantes da comunidade

Segundo informações dos moradores mais idosos da comunidade, por volta de 1830, lapinha recebia seus primeiros habitantes, sendo eles: Maria Rosa, José Vicente, Tereza, Simão e Crispim, onde fixaram residência e começaram a povoar esta localidade. De acordo com as mesmas informações, tais moradores tiveram um grande significado para a consolidação da comunidade, tendo os quais uma relação direta com os descendentes que compõem a atual geração da mesma. Apenas para constar, não há registros fotográficos dos primeiros habitantes.

Histórico escolar

Em seu berço, o atual Colégio Municipal Divino Pai eterno era denominado Escola Municipal de Lapinha, inicialmente constituído apenas por uma única sala de aula, fundado no ano de 1997, onde funcionava de forma multisseriada. Somente em 2007, foi realizada sua ampliação, passando a dispor de uma melhor estrutura, contando com 4 salas de aula exclusivas, sendo a escola inaugurada em 23 de maio de 2007. A mesma se encontra no momento mais privilegiado de sua história, especialmente no que tange a qualidade do ensino, consequência do notável e  significante melhoramento da qualidade dos profissionais docentes que compõem a atual equipe pedagógica, extremamente comprometidos com a qualidade da educação e preocupados com a seriedade do processo de ensino e aprendizagem.

Primeiros professores da comunidade (relatos históricos)

Segundo informações colhidas junto aos moradores mais idosos da comunidade, por volta da década de 70, mais precisamente no ano de 1969, surgiu o primeiro professor para lecionar em Lapinha. De prenome João, era professor leigo, que ensinava em caráter particular, usando as residências de moradores como espaço de aprendizagem. Posteriormente, foram surgindo novos professores, sendo eles: Jovino, Wilson, Marta, Alzira, Braule e Elena, estes também professores leigos que igualmente atuaram em residências particulares, remunerados pelas famílias dos alunos, porém , esta última (Professora Elena), já remunerada pela Prefeitura Municipal de Boquira. Com exceção da Professora Elena Rosa de Jesus Silva (saudosa moradora muito querida na comunidade local e circunvizinha), não há registros históricos em fotografias dos primeiros professores.

Agricultura e atividades econômicas

Contando com a boa fertilidade e compatibilidade dos seus solos, a comunidade tem como principal cultivo na agricultura, a mandioca, além de outras culturas, como o milho e o feijão, estes porém, em menor quantidade. Como consequência, a sua principal atividade econômica são exatamente os derivados da mandioca – a farinha de mandioca, a tapioca e o beiju, todos usados pelos moradores como fonte de renda, sendo comercializados nas feiras livres do município e nas localidades vizinhas. A comunidade ainda preserva as antigas oficinas para feita de farinha, a maioria delas, construídas desde os tempos dos primeiros moradores.

Imagens das antigas oficinas usadas na fabricação de farinha de mandioca

Patrimônio Histórico Cultural

Como já mencionado, Lapinha dispõe de diversas belezas naturais. No entanto, o seu principal cartão postal trata-se de um Patrimônio Histórico Cultural existente na localidade, denominado Pedra do Índio (ou pintura), local para onde estão voltados os olhos dos turistas que visitam a comunidade. Tal área apresenta diversas pinturas rupestres sobre as rochas em linguagem rudimentar, bem como desenhos e sinais, ambos escritos na cor vermelho escuro. Essa área é cercada e constituída por pedras, onde se comporta a correnteza de um riacho entre as duas montanhas (conforme imagens nas páginas seguintes).

Apesar do nome “Pedra do Índio”, vale ressaltar que não há nenhum estudo científico que confirme se tais pinturas foram feitas realmente por indígenas, o que não descarta em hipótese alguma, a possibilidade de essas mesmas pinturas terem sido registradas pelos homens pré-históricos.

Segue abaixo algumas imagens das pinturas rupestres.



















 Alguns registros das nossas riquezas naturais e culturais (identidades culturais)






Festejos tradicionais da comunidade

Com quase totalidade dos seus moradores de religião predominante Católica, (com raras exceções) a comunidade preserva seus festejos tradicionais há décadas. No dia 06 de agosto de cada ano, comemora-se o dia de seu Padroeiro – Senhor Bom Jesus, onde tradicionalmente são realizados eventos religiosos e festivos como celebrações, leilões, sambas, reisados, batuques, etc. No di 12 de Outubro, acontece outro festejo marcante da comunidade, a reza tradicional de Nossa Senhora aparecida, onde se reúnem inúmeros fiéis e devotos da Santa, atraindo-se inclusive, aglomerações de pessoas das comunidades vizinhas que prestigiam o evento. Por costume, logo após as tradicionais rezas, também acontecem as diversas manifestações culturais já mencionadas acima.

Igreja da Comunidade de Lapinha

Moradora mais experiente da comunidade

Com 90 anos de idade a Senhora Maria Ferreira dos Santos é a moradora mais idosa da comunidade de Lapinha. Carrega consigo uma infinidade de histórias de vida, como também uma rica bagagem cultural. Durante muito tempo foi Parteira e é por isso reverenciada por muitos moradores que esteve sob seus cuidados em algum momento. Também atuou e ainda atua como benzedeira, atendendo a inúmeras pessoas que a procura, mantendo viva uma das maiores tradições da comunidade: o benzimento. Além de todas essas riquezas cultuais, Dona Maria Ferreira já é tataravó (mãe da trisavó de uma pessoa), e conta com a alegria de conviver com seus vários netos, bisnetos e tataranetos.

Registros de umas das tradições da comunidade - o reisado

Memórias eternas da comunidade (pessoas que deixaram legados inestimáveis)

Elena Rosa de Jesus Silva (13/11/1963 – 14/06/2015), mais conhecida como “Dona Elena”, sempre foi e sempre será um dos maiores símbolos da cultura da comunidade de Lapinha. Desde animadora da comunidade, especialista em reisado, samba de roda, batuque, chulas, rezas, levou consigo uma bagagem cultural repleta de saberes. Além disso, foi uma das primeiras professoras da  localidade, que muito contribuiu para a formação cidadã de vários dos atuais moradores. Uma perca irreparável para a comunidade, e ao mesmo tempo uma pessoa que sempre estará eternamente viva na memória de todos que a conhecia, pela sua solidariedade, disposição, prestatividade e representatividade para com a comunidade. Dona de saberes inimagináveis, Dona Elena deixou um legado incalculável  para a cultura da localidade e saudade para quem teve o privilégio de conhecê-la. NOSSAS ETERNAS SAUDADES!

Júlio Paulo da Silva (05/06/1916 – 04/12/2005), sempre foi considerado e sempre será lembrado como uma das principais referências da comunidade e região. Além de muito conhecido como benzedor, era um renomado repentista, como também um excelente contador de estórias e cantador de músicas caipiras; era ainda um líder em reisado, batuque, chulas, samba de roda, etc. Construiu uma história repleta de valores culturais e morais, pautada no exemplo de honestidade, generosidade e sabedoria. Dono de saberes épicos, senhor Júlio Paulo (Pai de “Dona Elena”) Deixa uma herança cultural inestimável para a comunidade local e outras inúmeras localidades que foram contempladas com sua grandiosa contribuição. NOSSAS ETERNAS SAUDADAES!

Guilherme Pereira dos Santos (09/02/1944 – 25/11/2010), sempre será uma das eternas memórias da comunidade. Conhecido como uma das lideranças na apresentação do reisado, samba, batuque, etc. além de instrumentista, deixou um grande legado para a cultura da comunidade, pela sua dedicação, espontaneidade e prestígio. Deixa como principal herança o exemplo de um trabalhador digno e uma  bagagem cultural repleta de valores para as novas gerações. NOSSAS ETERNAS SAUDADAES!

A cultura de um povo é o seu maior patrimônio, preservá-la é resgatar a história, perpetuar valores, é permitir que as novas gerações não vivam sob as trevas do anonimato.
Nildo Lage

INFORMATIVO - PROJETO SEMANA CULTURAL

PRODUÇÃO: Profissionais do Colégio Municipal Divino Pai Eterno (Lapinha)
COLABORAÇÃO: Equipe docente (Maria aparecida, Amenaide Ferreira, Raquel Brito, Luiz Neto, Selma Santos, Maria Souza, Luciana Rocha e Daiane Santos); equipe administrativa (Natalice Brito e Adailson Reis); alunos e comunidade local.
IMAGENS – Joaquim Brito (Diretor) e Adailson Reis (Assistente Administrativo)
EDICÃO: Natalice Brito (Secretária); Joaquim Brito; Paulo Andrade (Coordenador Pedagógico)
TEXTO, CORREÇÃO ORTOGRÁFICA E GRAMATICAL: Joaquim Brito e Paulo Andrade
COORDENAÇÃO GERAL: Direção escolar e coordenação pedagógica.




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