Sudoeste baiano: Menina internada com suspeita de virose morre e família diz que remédio foi inadequado
família
da menina Eloisa Dias Santos, de um ano, que morreu na noite de quarta-feira
(28), acusa a médica que a atendeu no hospital São Vicente, de Vitória da
Conquista, sudoeste da Bahia, de ter usado um medicamento inadequado. A família
ainda diz que o hospital de omitiu informações no prontuário da criança.
A
menina estava internada na unidade médica desde a segunda-feira (26), com
suspeita inicial de virose. O corpo foi velado nesta quinta-feira (29), sob
comoção dos familiares. A direção do hospital disse que o atendimento foi
adequado, mas que abriu sindicância interna para apurar o caso.
A
família conta que a criança teve vômitos depois de tomar um medicamento chamado
Berotec e que chegou a ser diagnosticada com um problema cardíaco, depois de
receber a medicação.
“A médica passou uma medicação, Berotec,
quatro gotas, e quanto foi seis horas, ela repetiu as quatro gotas, a criança
fez vômito e ela repetiu a medicação. O raio-x que foi pedido anteriormente só
foi feito depois da medicação. Depois de receber o raio-x, ela disse que a
criança sofria de doença congênita. Logo após esse exame, a criança entrou em
coma e faleceu”, conta o tio da criança, Leandro Silva.
O
tio disse ainda que o hospital deixou de informar a ocorrência dos vômitos no
prontuário médico da criança. “A parte do vômito e a segunda dose não consta no
prontuário”, afirmou Leandro.
A
família afirma que Eloisa teria sido diagnosticada com cardiomegalia, uma
doença que aumenta o tamanho do coração. O Berotec pode provocar alguns efeitos
colaterais como, arritmia, taquicardia, palpitação e isquemia do miocárdio.
A
tia de Eloisa, Juliana Silva, disse que a família da criança não tinha
conhecimento de que ela teria problemas cardíacos, até receber o diagnóstico no
hospital. “A criança fazia acompanhamento e, em nenhum momento, nas consultas
delas, nunca foi diagnosticado nenhum tipo de problema”, conta.
Na
declaração de óbito da criança, a morte não foi determinada e a causa não foi
esclarecida. O corpo de Eloisa passou por necropsia no Departamento de Polícia
Técnica de Vitória da Conquista. O resultado que vai apontar a causa da morte
deve ficar pronto em dez dias. A família já prestou queixa na delegacia da
cidade e espera pelo resultado do laudo para entender o que aconteceu.
“Se
foi detectado que houve erro, a responsabilidade, eu entendo, que é solidária,
tanto do hospital quanto do profissional de saúde que atendeu Eloisa. Por uma
questão de cautela, vamos aguardar o resultado de todos os exames”, afirmou o
advogado da família, Davi Salomão. (G1 – BA)
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