O
show da Banda Lordão causou polêmica nas redes sociais, quando diversas pessoas
se manifestaram contrárias, à parte do repertório da atração contratada para os
festejos do São Pedro em Bom Jesus da Lapa. A crítica tomou proporções maiores,
por conta da atração ter convidado crianças que estavam na Praça acompanhando o
show já na madrugada de domingo para segunda-feira (03) para dançar músicas com
supostos apelos sexuais.
De
acordo com a opinião de uma psicologa,
cada vez mais a música assume um papel significativo no campo da
maturação social da criança, tanto no aprendizado como no processo de incentivo
a participação em um grupo social. Que
por meio do repertório musical a criança pode manifestar ou formar o seu ponto
de vista de maturação individual, isto é, do aprendizado social por parte da
criança.
Contrário
a isso a música também tem a capacidade distorcer a imagem da mulher e ao mesmo
tempo utilizar expressões que reforçam o estigma como objeto sexual e do corpo
como valor de troca, desvalorizando a imagem, capaz de afeta diretamente o
desenvolvimento da criança.
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| No Facebook diversos posts criticaram postura da organização do evento que permitiu a exposição de crianças |
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Manifestação via facebook
O
Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA determina e regulamenta algumas
regras referente ao assunto exposto. No artigo 71 assegura que “a criança e o
adolescente têm direito a informação, cultura, lazer, esportes, diversões, espetáculos
e produtos e serviços que respeitem sua condição peculiar de desenvolvimento”,
ao passo que o artigo 59 prevê que “os municípios, com o apoio dos Estados e da
União estimularão e facilitarão a destinação de recursos para espaços e
programações culturais, esportivas e de lazer voltadas para a infância e a
juventude”.
Além
disso, o ECA responsabiliza o poder público pela regulamentação de espetáculos
públicos, entre eles shows musicais, informando as faixas etárias de acesso a
que não se recomendam, além de locais e horários inadequados para a sua
realização (Art. 74).
Em
Bom Jesus da Lapa existe também uma Lei Municipal, de iniciativa da vereadora
Rita Ribeiro, e sancionada pelo prefeito Eures Ribeiro, no dia 15 de maio deste
ano, que proíbe que a prefeitura contrate com dinheiro público “artistas que em
suas músicas, coreografia, ofenda, incentive a prática de violência e exponha a
mulher ao constrangimento que degrada a imagem da mulher sejam pagas com
recurso público no município”.
Segundo
Ana Oliveira (43), que participou da festa, “é um despeito, as crianças
precisam de outro tipo de incentivo, já vivemos tanto coisa ruim que incentiva
nossos filhos a seguir o que não presta. Não sou contra o Funk, sou contra a
forma que estão fazendo aqui, aqui é uma festa cultural, uma festa que a gente
vem pensando que vai tocar as músicas que envolve o período junino, nossa
cultura. É São João, afirmou.
Eu
fiquei sem entender, não acreditei quando ví tantas crianças dançando uma hora
daquela (por volta de 3h da manhã), parecia que as crianças eram dançarinas da
banda, não pareciam crianças. Uma vergonha. Não podemos estimular esse tipo de
coisa, nossas crianças dançando em um palco se expondo como se fossem adultas
dançando funk como se fosse algo normal, é o fim mesmo da nossa cultura de São
João”, disse Antônio. (Notícias da Lapa)
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