Vídeo: Surto de vômito e diarreia em Livramento-BA pode ter sido causado por rotavírus, diz diretor de UPA
O surto
coletivo de vômito e diarreia, em Livramento de Nossa Senhora, no sudoeste da
Bahia, pode ter sido causado por infecção por rotavírus. A informação é do
diretor da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade, Clécio Oliveira, que
conversou com o G1 no início da tarde desta sexta-feira (26).
De
acordo com Clécio, que é médico e prestou atendimentos a pacientes da unidade,
as características dos cerca de 400 casos registrados até a terceira semana de
janeiro apontam para o vírus.
"O
rotavírus tem transmissão fecal-oral, o que significa dizer que essas pessoas
podem ter entrado em contato com ele por vias aéreas e pelas mãos. O grande
volume de pessoas, especialmente pelo fato de muitas serem da mesma família,
também apontam para esse vírus", detalhou.
Ainda
conforme o médico, depois que os pacientes passaram por um processo de
instrução na UPA, para evitar a ploriferação da infecção, os casos diminuíram.
"Estamos
fazendo as pessoas se atentarem para a higiene precária, que é a principal
forma de contaminação", ponderou ele, que cita a falta de lavagem das mãos
como um meio de transmissão do vírus.
Ainda
assim, a hipótese de contaminação pela água não foi descartada pelo diretor da
UPA. "As amostras já foram colhidas e estamos esperando os resultados dos
laudos para uma conclusão. Não é possível descartar que tenha sido a água, pelo
menos por enquanto", disse Clécio..
Caso
Entre
a primeira e a terceira semanas do mês de janeiro, 394 casos foram registrados
pela Secretária de Saúde do município. Os dados foram confirmados ao G1 pelo
secretário Gerardo Júnior, na quinta-feira (25).
A
Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) informou, por sua vez, que foi
notificada sobre a ocorrência de 409 casos de vômito e diarreia e que a
situação pode ser classificada como surto.
Do
total de casos contabilizados pela prefeitura, 242 foram só na terceira semana
do mês. Apesar do volume, o secretário afirma, no entanto, que não considera
que as ocorrências caracterizem uma epidemia. Ainda não há informação do que
pode ter causado o mal estar nos moradores que apresentaram os sintomas.
Além
dos 242 casos da última semana, as ocorrências são de 65 casos na primeira
semana de janeiro, e 87 casos na segunda semana do mês. A secretaria ainda não
tem o balanço dos casos desta semana, que compreende o período de domingo (21)
a sábado (27). O secretário, no entanto, informou que os casos voltaram para
uma faixa considerada "normal", que seria, em média, 50 registros.
Água
Os
moradores suspeitam que as crises de vômito e diarreia possam ter ligação com o
fato de que a água do município tem apresentado coloração diferente da normal.
"Desde
o começo do mês que estamos assim, com a cor da água estranha. E essa água tá
sendo consumida por todo mundo, porque a gente precisa de fazer comida, lavar
os pratos e tomar banho, mesmo que a gente não beba", complementou um
morador que não quis ter a identidade revelada.
Amostras
de água da cidade foram colhidas pela Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A
(Embasa), para serem analisadas, e, segundo a concessionária, os laudos deram
negativo para os itens bacteriológicos, entre eles, coliformes fecais. A água
fornecida para a população, conforme a Embasa, está de acordo com o padrão de
potabilidade estabelecido pela portaria nº 2914/2011 do Ministério da Saúde.
A
empresa afirmou, ainda em nota, que não recebeu nenhuma notificação, e que
algumas pessoas que apresentaram os sintomas moram em localidades rurais, que
não são atendidas pelas redes da Embasa.
A
Sesab informou que equipes da vigilância epidemiológica e ambiental do Estado
já foram para o local, onde já coletaram amostras de água e vão coletar
amostras biológicas para investigação do motivo dessas ocorrências.
O
secretário de Saúde da cidadem, Gerardo Júnior informou que amostras de fezes
de algumas pessoas foram coletadas e levadas para o Laboratório Central de
Saúde Pública (Lacen), em Salvador. No entanto, os resultados só devem ficar
prontos depois do carnaval, conforme ele.
Equipes
da Vigilância Epidemiológica e Sanitária do município também já foram acionadas
para investigar as causas dos registros. (F: G1/BA)
(Vídeo abaixo reproduzido da TV Bahia)
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