Surtos de sarampo no Brasil: saiba mais sobre a doença
Foto: Arquivo/Agência Brasil |
Pelo menos três estados brasileiros têm
surtos confirmados de sarampo este ano. Amazonas e Roraima, juntos,
contabilizam cerca de 500 casos confirmados e mais de 1,5 mil em investigação.
No outro extremo do país, o Rio Grande do Sul também confirmou seis casos da
doença este ano. Já o Rio de Janeiro investiga quatro casos – um deles
com resultado preliminar positivo pra sarampo.
Em 2016, o Brasil recebeu da
Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) o certificado de eliminação da
circulação do vírus. A doença, entretanto, voltou a ser motivo de preocupação
entre autoridades sanitárias em razão das baixas coberturas vacinais
identificadas no país e por ser altamente contagiosa.
Em junho, países do Mercosul fizeram um
acordo para evitar a reintrodução de doenças já eliminadas na região das
Américas, incluindo o sarampo. Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile se
comprometeram a reforçar ações de saúde nas fronteiras e a fornecer assistência
aos migrantes numa tentativa de manter baixa a transmissão de casos.
Confira abaixo os principais tópicos
sobre sarampo divulgados pelo Ministério da Saúde.
A doença
O sarampo é uma doença infecciosa
aguda, de natureza viral, grave, transmissível e extremamente contagiosa.
Complicações infecciosas contribuem para a gravidade do sarampo,
particularmente em crianças desnutridas e menores de um 1 ano.
A doença é de distribuição universal e
apresenta variação sazonal. Nos climas temperados, observa-se o aumento da
incidência no período compreendido entre o final do inverno e o início da
primavera. Nos climas tropicais, caso do Brasil, a transmissão parece aumentar
depois da estação chuvosa.
O comportamento endêmico do sarampo
varia de um local para outro e depende basicamente da relação entre o grau de
imunidade e a suscetibilidade da população, além da circulação do vírus na
área.
Sintomas
Os sintomas do sarampo incluem febre
alta acima de 38,5°C; erupções na pele; tosse; coriza; conjuntivite; e manchas
brancas que aparecem na mucosa bucal, conhecidas como sinais de Koplik e que
antecedem de um a dois dias antes do aparecimento da erupção cutânea.
Diagnóstico
O diagnóstico laboratorial é realizado
mediante detecção de anticorpos IgM no sangue na fase aguda da doença, desde os
primeiros dias até quatro semanas após o aparecimento da erupção cutânea.
Transmissão
Ocorre de forma direta, por meio de secreções
expelidas ao tossir, espirrar, falar ou respirar. Por isso, a elevada
contagiosidade da doença.
A transmissão acontece de quatro a seis
dias antes e até quatro dias após o aparecimento do exantema. O período de
maior transmissibilidade ocorre dois dias antes e dois dias após o início da
erupção cutânea.
O sarampo afeta igualmente ambos os
sexos. A incidência, a evolução clínica e a letalidade são influenciadas pelas
condições socioeconômicas, nutricionais, imunitárias e àquelas que favorecem a
aglomeração em lugares públicos e em pequenas residências.
Prevenção
A vacinação contra o sarampo é a única
maneira de prevenir a doença. O esquema vacinal vigente é de uma dose da vacina
tríplice viral aos 12 meses e a segunda dose da vacina tetra viral
aos 15 meses.
Pessoas com suspeita de sarampo,
gestantes, crianças com menos de 6 meses e imunocomprometidos não devem receber
a dose. A gestante deve esperar para ser vacinada após o parto.
Caso esteja planejando engravidar, a
mulher deve se proteger contra a doença. Um exame de sangue pode dizer se ela
já está imune ao sarampo. Se não estiver, ela deve ser vacinada antes da
gestação e aguardar pelo menos quatro semanas para engravidar.
Tratamento
Não existe tratamento específico para o
sarampo. É recomendável a administração da vitamina A em crianças acometidas
pela doença, para reduzir a ocorrência de casos graves e fatais. O tratamento
profilático com antibiótico é contraindicado.
Para os casos sem complicação, a
orientação é manter a hidratação, o suporte nutricional e diminuir a
hipertermia. Muitas crianças precisam de quatro a oito semanas para recuperar o
estado nutricional que apresentavam antes da doença. Complicações como
diarreia, pneumonia e otite média devem ser tratadas de acordo com normas e
procedimentos estabelecidos pelo Ministério da Saúde. (Agência Brasil)
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