Seca avança na região Nordeste e provoca perdas de cultura e pastagens
De forma geral, situação dos açudes do semiárido é crítica (FOTO: Milena Kury/Funceme) |
O
mapa mais recente do Monitor de Secas aponta avanço do nível de seca grave na
região Nordeste. A ferramenta indica que, em outubro, a taxa era de 23,02% e
passou para 36,03% em novembro. Neste nível, os possíveis impactos são perdas
de cultura ou pastagens, escassez e restrição de água imposta.
De
acordo com o monitoramento divulgado nesta semana, a região apresenta
atualmente 88,61% do seu território com algum nível de seca, segundo a
classificação do Monitor. Somente áreas localizadas nos litorais ainda estão
classificadas sem seca relativa. A área com nível um pouco mais intenso,
classificado como extremo, está situada em uma faixa entre o norte da Bahia e
Pernambuco, totalizando cerca de 2% da região Nordeste.
Em
relação ao mesmo período de 2018, a atual situação da região é melhor. Naquela
ocasião, o Nordeste apresentava 93,71% do seu território com algum nível de
seca. Além disso, apresentava 2,99% com seca
excepcional.
Apesar
de não ser a única variável usada para classificar a presença ou não da
estiagem, a redução da chuva nesta época do ano acaba contribuindo para o
avanço dela. No Ceará, por exemplo, em outubro, a média pluviométrica é de
apenas 3,9 milímetros e, neste ano, o acumulado foi de 1,3 mm, conforme dados
Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), em outubro, a
média pluviométrica é de apenas 3,9 milímetros e, neste ano, o acumulado foi de
1,3 mm.
Outro
indicativo para a situação crítica é o atual nível dos açudes. Conforme a
Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), dos 155 reservatórios
monitorados pelo órgão, 89 estão com volume abaixo dos 30%. O Castanhão, que é
o maior açude da América Latina para múltiplos usos, está com apenas 3,02% de
sua capacidade total.
O
Monitor de Secas promove o monitoramento regular e periódico da situação da
seca, por meio do qual é possível acompanhar sua evolução, classificando-a
segundo o grau de severidade dos impactos observados. Em operação desde 2014, a
ferramenta iniciou suas atividades pela região Nordeste. Com a metodologia já
consolidada e entendendo que todas as regiões do País são afetadas em maior ou
menor grau por fenômenos dessa natureza, foi iniciada a expansão da ferramenta
para a inclusão de outros estados.
O
projeto é coordenado pela Agência Nacional de Águas (ANA), com o apoio da
Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), e desenvolvido
conjuntamente com diversas instituições estaduais e federais ligadas às áreas
de clima e recursos hídricos. Informações: Fundação Cearense de
Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme)
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