Laudo confirma: teste rápido feito na UPA em jovem que mandou áudio para família antes de morrer deu positivo
O
primeiro teste para a detecção da Covid-19 feito em Leandro Santos Azevedo, 19
anos, deu positivo. A informação, que foi obtida pela família nesta
quinta-feira (16/7), consta no relatório médico sobre o atendimento realizado
na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) localizada na Avenida San Martin, em
Salvador. Os familiares já sabiam que o PCR, teste mais rigoroso, já tinha dado
negativo.
O
caso ganhou repercussão após um áudio enviado pelo jovem para a namorada
sustentar que profissionais do Hospital de Campanha do Wet'n Wild iriam
desligar seus aparelhos. O tio de Leandro acredita que ele só foi transferido
para o Hospital de Campanha por conta do "falso positivo".
"No
relatório deixa bem claro que ele estava com suspeita de Covid e dor abdominal.
Depois, eles encaminharam para a UTI, sendo que eles deveriam ter esperado o
PCR", relatou Marcos Azevedo, que pegou o relatório nesta quinta.
Leandro foi internado pela primeira vez na UPA no dia 28 de junho, segundo a namorada, Talita Fernandes. "Levei ele para a UPA da San Martin e ele fugiu do hospital e veio parar em casa. Conversei com ele no domingo [28]. Ele me falou que os enfermeiros iriam matá-lo. Levei ele na cadeira de rodas, pois ele não queria entrar sozinho. Fizeram o teste e disseram que ele estava com o Covid-19", contou ela no último dia 2.
Depois
de fugir da UPA, o jovem foi levado para o Hospital de Campanha na segunda
(29/6), morrendo na madrugada de terça. O diretor médico do hospital, Luiz
Viana, confirmou ao Aratu On a negativa do PCR, mas alertou sobre uma possível
erro. "Nós vamos refazer, porque o primeiro teste deu positivo, o que
motivou a transferência. Já o segundo, PCR, feito pelo Lacen, deu
negativo", explicou no último dia 6 de julho.
"Ele
não estava mal como o diretor chegou a dizer. Ele fez vídeo, falou com a irmã e
tudo, deu thau no vídeo e tudo. Chegando no hospital [do Wet], ele fez selfie a
entrar. A assistente social disse isso a mim, que ele estava alegre. Ele não
chegou mal no hospital e eles sabem disso. Foi negligência o que aconteceu com
Leandro", lamentou Marcos depois de saber do "falso positivo".
A
ASM, responsável pelo Hospital do Wet, se defende. Diz que, diante de
alterações nos níveis de oxigenação e pressão arterial, é comum o paciente ter
o seu nível de consciência afetado, assim como confusão mental e desorientação.
Segundo a empresa, ele apresentou piora rápida e importante do quadro clínico,
principalmente respiratório, culminando com a necessidade de intubação
orotraqueal em caráter de urgência. (Fonte: Jean Mendes/Aratu On)
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