Vídeo: Nuvem de poeira ‘Godzilla’ viaja oito mil quilômetros do Saara até o Caribe
Todo
ano, centenas de milhões de toneladas de poeira são sopradas dos desertos da
África por sobre o Oceano Atlântico. Essa poeira vinda do deserto do Saara
ajuda a formar praias no Caribe, fertiliza o solo na Amazônia e afeta a
qualidade do ar nas Américas do Norte e do Sul. Mas como 2020 está destinado a
ser um ano atípico, a nuvem de poeira é tão gigantesca que ganhou dos pesquisadores
o apelido de ‘Godzilla’.x
Dados
dos satélites Copernicus Sentinel e Aeolus da Agência Espacial Europeia (ESA)
mostram a extensão dessa nuvem em sua jornada pelo Atlântico. Essa tempestade
de poeira, também conhecida como Camada de Ar Saariana, geralmente se forma
entre o final da primavera e o início do outono no Hemisfério Norte, atingindo
seu pico no final de junho a meados de agosto.
A
pluma de 2020 é considerada incomum devido ao seu tamanho e à distância
percorrida. De acordo com o Laboratório Oceanográfico e Meteorológico Atlântico
da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), a nuvem de poeira foi
70% mais poluída do que a média e a maior dos últimos 20
anos.
Além
disso, as nuvens de poeira percorreram aproximadamente 8 mil quilômetros, e
foram vistas chegando perto do Caribe e do sul dos Estados Unidos. Em anos
anteriores, as plumas dispersaram na atmosfera e afundaram no Atlântico antes
de chegar às Américas. Dados coletados indicam que a maior parte da poeira
estava de 3 a 6 km acima do solo.
Apesar
do tamanho intimidador, pesquisadores lembram que a Camada de Ar Saariana
desempenha um papel importante em nosso ecossistema. A poeira é uma importante
fonte de nutrientes essenciais para as plantas marinhas microscópicas que
flutuam sobre ou perto da superfície do oceano. Esses fitoplanctons por sua vez
fornecem alimentos dos quais outras vidas marinhas
dependem.
A
nuvem também reabastece os nutrientes dos solos das florestas tropicais,
inclusive a Amazônia – nutrientes que de outra forma seriam esgotados pelas
chuvas frequentes nessa região. Estudos ainda observam que as camadas de ar
seco e empoeirado suprimem o desenvolvimento de furacões e tempestades no
Atlântico. As informações são do Olhar
Digital.
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