Joe Biden vence na Pensilvânia e é eleito presidente dos Estados Unidos
O
democrata Joe Biden alcançou os 270 delegados no Colégio Eleitoral neste sábado
(7), segundo projeções de diversos veículos de imprensa, número suficiente para
derrotar o republicano Donald Trump e se sagrar o 46º presidente dos Estados
Unidos.
Embora
não oficial, esse tipo de projeção é suficiente para que a sociedade americana
reconheça a eleição de um presidente.
Na
manhã deste sábado, faltavam pelo menos 6 votos no colégio eleitoral para que
Biden chegasse a 270 sua vitória se confirmasse, segundo as projeções da
Associated Press. Com a vitória projetada na Pensilvânia, Biden chegou a 284
delegados.
Outros
veículos, como o "New York Times", por exemplo, ainda não haviam
declarado Biden vencedor no Arizona, que tem 11 delegados. Porém, com os 20
votos eleitorais da Pensilvânia, a disputa no Arizona passou a ser indiferente,
já que não muda mais o resultado.
Medidas
judiciais
O
presidente Donald Trump alega que a eleição está sendo roubada e promete ações
na Justiça. Logo após a declaração de Biden como vencedor na imprensa
americana, sua campanha soltou nota dizendo que a eleição não acabou. A
campanha republicana pediu recontagem em Wisconsin e tenta suspender a apuração
na Pensilvânia, na Geórgia e em Michigan.
Também
pediu interferência em um caso pendente na Suprema Corte dos EUA sobre a
Pensilvânia, um estado importante da disputa que ainda está contando centenas
de milhares de cédulas enviadas pelo correio. O republicano tenta impedir que o
estado conte votos que cheguem depois da eleição.
Essas
manobras judiciais de Trump ocorreram após ataques do republicano contra a
integridade da votação, ao mesmo tempo em que declarou vitória e sugeriu -- sem
comprovação -- que os democratas tentariam fraudar a eleição.
Trump
está tentando evitar se tornar o primeiro presidente em exercício dos EUA a
perder uma candidatura à reeleição desde George H.W. Bush, em 1992.
Biden
A
vitória de Biden marca o retorno de um democrata à Casa Branca desde a saída de
Barack Obama, que governou o país entre 2009 e 2017 — e de quem Biden foi
vice-presidente.
Casado
com Jill Biden, Joe Biden nasceu em 1942 na Pensilvânia, em uma família católica.
O democrata se notabilizou na política em 1972, quando, aos 29 anos, se elegeu
para o Senado pelo estado de Delaware e se tornou uma das pessoas mais jovens a
assumir o cargo na história dos Estados Unidos.
A
apuração dos votos deste ano começou dramática para o democrata, que perdeu a
Flórida (contrariando a média das pesquisas) e sofreu revezes na Geórgia e na
Carolina do Norte — estados onde Biden pretendia virar a vantagem obtida por
Trump quatro anos atrás.
Mas
outras vitórias em estados-chave, com votos contados apenas no fim,
determinaram a vitória de Biden segundo as projeções. Uma das razões foi a
previsível demora na contagem dos votos que chegaram por correio.
Mais
de 100 milhões de eleitores americanos votaram antes do dia oficial das
eleições. Isso representa quase 73% do total de pessoas que foram às urnas em
2016. Desses, mais de 64,5 milhões das cédulas foram enviadas pelo correio.
O
voto antecipado foi motivado, entre outras razões, por receio de aglomerações
na pandemia. E a maioria desses eleitores votou em Biden, já apontavam
projeções feitas antes mesmo do dia da eleição.
A
pandemia, inclusive, fez Biden evitar comícios com grandes aglomerações ao
longo da campanha. O democrata preferiu fazer reuniões com poucas pessoas — ou,
já na reta final, atos políticos com carros.
Temas
da campanha e propostas
Coronavírus:
Biden tem como propostas aumentar o número de testes e torná-los mais
acessíveis caso seja eleito. Ele ainda estuda um projeto de lei que obrigaria
as pessoas a usar máscaras. Além disso, ele planeja mobilizar 100 mil pessoas
para uma espécie de exército de servidores que terão como função rastrear o
vírus e a epidemia.
Acesso
à saúde: o democrata propõe criar uma empresa estatal que vai oferecer planos
de saúde mais acessíveis. A ideia é que, dessa forma, os preços vão baixar. Ele
também pretende ter uma política de preços para os remédios.
Tributos:
Biden afirmou que pretende aumentar a alíquota de impostos entre as pessoas de
maior renda dos EUA, mas ele prometeu não levantar a taxa para 90% dos
contribuintes.
Proteção
ambiental: a proposta de Biden é começar um movimento para diminuir as emissões
e chegar a 2050 como um país neutro. Ele também pretende voltar ao Acordo de
Paris. Trump saiu do acordo e acabou com mais de 100 regras para preservar o
ambiente eu seu mandato. Ele afirmou que não pretende fazer uma transição de
combustíveis fósseis para renováveis.
Relembre a campanha de
Biden
No
início deste ano, o Partido Democrata fez suas prévias para escolher quem iria
ser o adversário de Trump.
Biden
começou mal e ficou em quarto na primeira rodada das prévias e sem nenhum
delegado na segunda. Mas conseguiu reverter os resultados na Carolina do Sul.
Com
o apoio do deputado Jim Clyburn, o democrata mais poderoso do estado, Biden
venceu as primeiras primárias presidenciais de sua vida ao conquistar 48% dos
votos. Depois, levou todos os estados nas primárias, exceto oito.
Dias
antes da convenção nacional de seu partido, Biden escolheu a senadora Kamala Harris,
da Califórnia, como vice.
Na
convenção, Biden participou por transmissão — uma enorme mudança motivada pela
pandemia em relação a outros anos, em que os comícios reuniam milhares dentro
de ginásios esportivos.
O
democrata ainda se encontrou com Trump em dois debates. Entre um e outro,
participou de um programa com eleitores.
A
campanha contou na reta final com o reforço de Barack Obama, que fez comícios
para poucas pessoas — a maioria delas em carros — e se encontrou
presencialmente com Biden para atos no fim de semana antes da votação. (Fonte:
G1)
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