Na Bahia Bolsonaro diz que não tomará vacina e chama críticos de 'idiotas'
O
presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que não tomará vacina e chamou de
"idiota" quem o vê como mau exemplo por não se imunizar. A declaração
foi feita nesta quarta-feira (17), em Porto Seguro, cidade do sul da Bahia,
quando assinou duas medidas provisórias para renegociação de dívidas.
"Alguns
falam que eu tô dando um péssimo exemplo. Ou é imbecil (palmas) ou o idiota que
tá dizendo que eu dou péssimo exemplo, eu já tive o vírus. Eu já tenho
anticorpos. Pra que tomar vacina de novo?", disse o presidente.
Durante
o discurso, Bolsonaro voltou a dizer que a vacina não pode ser obrigatória e
que a pessoa tem direito de decidir se quer ou não receber tratamentos médicos.
"Ninguém
pode obrigar ninguém a tomar vacina. (...) Se o cara não quiser ser tratado que
não seja. Não quero fazer quimioterapia e vou morrer, problema é meu",
afirmou.
"Nós
estamos mexendo com vidas. Cadê nossa liberdade? Aqui é democracia. Não é
Venezuela, não é Cuba."
Especialistas
dizem que os estudos indicam que os milhões de brasileiros que já tiveram
Covid-19 também deverão ser imunizados. “A imunidade da vacina pode trazer
benefícios em relação à nossa imunidade natural”, explica a neurocientista
Mellanie Fontes-Dutra, coordenadora da Rede Análise Covid-19.
Para
Denise Garrett, epidemiologista e vice-presidente do Instituto Sabin, a vacina
pode oferecer uma imunidade maior. "Nós não conhecemos muito a imunidade
que a Covid-19 dá e nem a da vacina. Geralmente, para algumas doenças, a vacina
dá uma imunidade mais duradoura e forte. Porque é algo mais padronizado".
Não
fica claro no vídeo se Bolsonaro, ao falar, já sabia do resultado do julgamento
pelo Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a obrigatoriedade da vacinação.
Na
tarde desta quinta, o plenário do STF concluiu julgamento em que, por dez votos
a um, autorizou a aplicação de medidas restritivas para quem se recusar a se
vacinar contra a Covid-19.
Pfizer
Bolsonaro
também disse que na negociação com o governo para a compra de vacinas, a
Pfizer, dos EUA, impôs como condição que não se responsabilizaria por eventuais
efeitos colaterais após aplicação do imunizante.
"E
na Pfizer [contrato da Pfizer] tem lá: nós [Pfizer] não nos responsabilizados.
Se eu virar um chi, se eu virar um jacaré, se você virar super homem, se nascer
barba em alguma mulher, ou algum homem começar a falar fino... e o que é pior:
mexer no sistema imunológico das pessoas", falou.
No
dia 10 de dezembro, o Ministério da Saúde assinou intenção de compra de 70
milhões de doses da vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela farmacêutica
Pfizer, em parceria com a alemã BioNTech.
Após
divulgar que foi formalizado o compromisso com a Pfizer/BioNTech, o
secretário-executivo do ministério, Élcio Franco, lembrou que já há um acordo
semelhante para uso da CoronaVac, desenvolvida pela farmacêutica chinesa
Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan.
Assinatura de medidas protetivas
O
presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chegou em Porto Seguro, por volta das
17h30 para assinar duas medidas provisórias para renegociação de dívidas.
Conforme o Governo Federal, a iniciativa permitirá retomada de investimentos
nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste
O
evento, que aconteceu no aeroporto da cidade, também contou com a presença do
ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.
Segundo
o governo, as medidas provisórias vão possibilitar que empreendedores possam
renegociar dívidas com os Fundos Constitucionais de Financiamento do Norte
(FNO), do Nordeste (FNE) e do Centro-Oeste (FCO) e com os Fundos de
Investimentos da Amazônia (Finam) e do Nordeste (Finor). (Fonte: G1 Bahia)
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