Rui Costa admite 2ª onda de Covid-19 na BA e critica comportamento dos jovens: 'Levando vírus para casa'
O governador Rui Costa
admitiu, em entrevista nesta segunda-feira (7), que a Bahia enfrenta uma
segunda onda de contaminação da Covid-19. Na última semana, ele tinha negado
que o estado estivesse nessa fase, mesmo após confirmação do secretário de
Saúde Fábio Vilas-Boas.
"Nós estamos já
vivendo o que a gente poderia classificar de uma segunda onda de Covid. Semana
passada eu fui perguntado sobre isso e respondi que ainda, dado o volume, não
poderíamos classificar, mas ao longo da semana passada inteira, a taxa de
contaminação se manteve alta, e se manteve alta em todas as regiões do estado.
Tanto é que isso já trouxe reflexo no aumento do número de óbitos", disse
Rui.
"Semana passada, nós
estávamos com cerca de 20 óbitos [diários], que vinham se mantendo há cerca de
60 dias, e nesse final de semana já pulamos para o patamar de 30 óbitos, sendo
22 em Salvador. Então os números já começam a ficar infelizmente mais severos,
mais críticos".
A principal medida
recente, adotada pelo governador, para frear a pandemia da Covid-19 foi o
decreto que proíbe a realização de festas até janeiro. Nesta segunda, Rui Costa
criticou e fez um apelo aos jovens que estão promovendo aglomerações, principalmente
aos finais de semana.
"E eu quero fazer um
apelo, especialmente dirigido aos jovens: os jovens estão se expondo
excessivamente, mesmo quando não acham boates, bares, casas de show abertos.
Eles estão aglomerando em ruas, em praças, em becos, e isso infelizmente vai
levando a doença para dentro da casa das pessoas. E mesmo que o jovem não
precise ir para a UTI, está levando o pai, mãe, tio, avó para a UTI e para o
hospital".
"Está aumentando o
número de óbitos em função do comportamento da maior parte dos jovens, que se
sentem mais fortes, com a saúde melhor, e desafiam o vírus e acabam levando o
vírus para dentro de casa".
Por causa do novo aumento
da necessidade de leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) para
tratamento dos casos graves da doença, o governo da Bahia anunciou a reabertura
de mais leitos nesta segunda.
"Nós já ampliamos
inclusive o número de leitos disponíveis. Reabrimos leitos que havíamos fechado
em função da queda da pandemia. Vamos sendo obrigados a abrir os leitos
novamente. Cem leitos foram e serão abertos nesses dias, para garantir a atenção
e o acolhimento de todas as pessoas que precisarem", avaliou o governador.
Medidas mais rígidas
Rui também comentou a
possibilidade do estado adotar medidas mais rígidas para conter o novo avanço
da pandemia, como no primeiro pico da Covid-19 na Bahia, no primeiro semestre.
Nesse sentido, ele descartou um novo fechamento dos sistemas de transporte.
"O fechamento do
transporte rodoviário e o ferry boat já não daria mais nenhum resultado porque
lá atrás nós tínhamos mais de 300 cidades que não tinham o vírus. O vírus
estava concentrado apenas, inicialmente em 50 e depois em 100 cidades, que ficamos
um longo período de mais um menos 120 cidades com o vírus ativo. Hoje essa
medida não faz mais sentido, já que o vírus está presente em todos os 400
municípios da Bahia, os 417", ponderou.
A Secretaria da Saúde do
Estado da Bahia (Sesab) também emitiu uma lista de recomendações para que o
verão seja mais seguro, como por exemplo: distanciamento de dois metros entre
mesas de bares e restaurantes.
Neste domingo (6), uma
multidão se aglomerou no Farol da Barra, em Salvador, para assistir ao pôr do
sol do local. Sobre esse tipo de comportamento, o governador Rui Costa falou
que, por enquanto, o estado não pensa em proibir o acesso de lugares.
"Festas e
aglomerações em locais comerciais, boates, bares, restaurantes, isso está
proibido por decreto, não é recomendação. Como se trata das pessoas na rua,
você tem que recomendar. Não é fácil. Por exemplo, o Farol da Barra, as pessoas
estão caminhando. Como se vai dispersar? Com o uso de força policial para
dispersar as pessoas caminhando na rua? Então, neste caso, vale um apelo. Ou
então, eventualmente, fechar a rua", considerou.
Sobre as visitações de
turistas nesse período de final e começo de um novo ano, o governador também
falou sobre as recomendações e orientações de saúde.
"Quem chega de outra
cidade, de outro estado, é importante que saiba quais são as orientações da
saúde naquele estado. Como nós vamos receber muita gente final de ano, em
várias regiões do estado todos hotéis venderam. O extremo sul, por exemplo,
vendeu bastante o destino turístico. Temos lotação quase máxima já dos hotéis e
pousadas, então é preciso que essas pessoas tenham o acesso a essas
recomendações, para saber qual a situação da doença no estado e o que ela deve
fazer", disse. (Fonte: G1 Bahia)
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