Bahia: 'Eu não falei que ia te matar?', disse ex antes de assassinar mulher em Camaçari; em seguida ele cometeu suicídio
Os
objetos pessoais já estavam todos embalados em caixas e os móveis já tinham
sido retirados. A autônoma Ailane Santos Costas, 28 anos, se preparava para se
mudar e começar uma vida nova, quando teve todos os seus planos interrompidos
pelo ex- companheiro, Alan Carlos Mota Soares, 42.
Segurando
um revólver, ele invadiu o imóvel e cumpriu a promessa que fez: "Eu não
falei que ia te matar?". Ailane foi assinada com vários tiros na escada de
casa, quando ainda tentava fugir, na noite desta quinta-feira (14), na
localidade de Barra de Pojuca, em Camaçari. Em seguida, o criminoso se matou
com a mesma arma. Ele não aceitava o fim da relação.
O
crime foi testemunhado pelo vizinho de Ailane, o cozinheiro Francisco Ramos
Santos Filho, 38. Ele estava no imóvel quando tudo aconteceu, consertando um
tanque a pedido dela. “Como ela ia embora, queria deixar tudo funcionando para
o dono da casa. Antes de atirar, ele deu várias coronhadas nela”, contou Francisco
ainda em estado de choque.
A
casa fica no segundo andar de um imóvel. No térreo funciona uma igreja, onde
acontecia um culto na hora do crime. Com o barulho dos disparos, os fiéis
entraram em pânico.
De
acordo com a Polícia Civil, a 33ª Delegacia (Monte Gordo) apura o caso de
feminicídio seguido de suicídio. “Conforme informações iniciais, Alan Carlos
agrediu e efetuou disparos de arma de fogo contra a ex-companheira. Equipe do
Serviço de Investigação em Local de Crime de Homicídios (SILCH / RMS) expediu
as guias de remoção e perícia em local de crime”, diz nota a policia em nota.
Ailane
trabalhava como designer de unhas e há três anos morava junto com Alan no
imóvel, que fica na Rua Filogônio de Oliveira. Os dois tinham rompido o
relacionamento no último fim de semana. Já Alan era segurança de um hotel em
Costa do Sauípe.
Vizinhos
disseram que o casal vivia em constante discussão, tudo por causa do ciúmes de
Alan. “Toda hora ela terminava, mas perdoava ele. Eram brigas intermináveis,
porque ele era muito ciumento. Não queria que ela trabalhasse, queria mantê-la
presa dentro da própria casa”, contou uma vizinha.
O
casal teve uma briga recente no final de semana e Ailene decidiu ir embora e
voltar para a casa dos pais, na cidade de Dias d’Ávila. Ainda na briga do final
semana, Alan havia prometido que a mataria, caso o deixasse. Então, na manhã de
quinta, enquanto Alan estava trabalhando, Ailene resolver arrumar tudo para
deixar a casa. Empacotou as coisas, se desfez de alguns móveis e objetos. Ela
já estava pronta para deixar o imóvel, mas havia um problema na boia do tanque
e chamou Francisco para fazer o conserto.
Por
volta das 17h30, Ailene e Francisco subiram as escadarias que dão acesso à
casa. Cerca de 10 minutos depois, Alan surgiu segurando a arma. “Eu fiquei
estático e ele começou a dar coronhadas nela, muitas. E depois ele disse: ‘Eu
não falei que ia te matar?’”, contou Francisco. Nessa hora, Ailene correu e
desceu as escadarias, mas não passou do portão, porque Alan havia trancado a
fechadura. “Foi quando eu ouvi os tiros”, contou ele.
Depois
dos disparos, Alan retornou para o imóvel e olhou para o cozinheiro. “Ele,
calmamente, disse: ‘fique tranquilo, não é nada com você’. Aí foi para a janela
e viu que havia uma viatura da polícia”, detalhou a testemunha. Os policiais
foram chamados por vizinhos, que ouviram os gritos da vítima enquanto era
espancada.
Ao
perceber que os policiais forçavam o portão para acessar ao imóvel, Alan correu
para um quarto e se matou com um tiro na cabeça. Quando os PMs conseguiram
arrombar o portão, o corpo de Ailene, que estava escorada na porta, caiu para
fora do prédio. (Fonte: Jornal Correio)
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