Covid-19: Justiça afasta secretário de Saúde que vacinou a própria esposa, diz MP
A
comarca da cidade de Pires do Rio, a 148 km de Goiânia, acolheu um pedido do
Ministério Público do Estado de Goiás e mandou afastar do cargo o secretário
municipal de Saúde do município, Assis Silva Filho, por ter furado a fila da
vacina contra a covid-19 e imunizado a própria esposa para, em suas palavras,
“preservar a saúde da mulher da minha vida”.
Assis
Silva, que também é pastor da igreja Vitória em Cristo, admitiu o erro ao se
comparar com os equívocos cometidos por “grandes vultos da Bíblia”. Sua
intenção, disse, era apenas de resguardar a vida da mulher.
“Foi
com intuito de resguardar e preservar a saúde e a vida da mulher da minha vida.
Sou capaz de dar minha própria vida por ela”, afirmou na ocasião. Diante do
escândalo, a 1ª Promotoria de Justiça de Pires do Rio protocolou na comarca
local uma medida cautelar criminal pedindo o afastamento do secretário. O
pedido foi acolhido pelo juiz José dos Reis Pinheiro Lemes no final da tarde de
ontem.
A
decisão obriga o afastamento do cargo por 60 dias. “Conforme apurações
iniciais, ele determinou a quebra da ordem da vacinação da covid-19 para
beneficiar a própria esposa, que não se encaixava no grupo prioritário neste
momento”, diz o MP-GO em nota recebida pelo UOL.
Segundo
o MP, a vacinação em Pires do Rio prioriza apenas profissionais da saúde,
pessoas idosas residentes em instituições de longa permanência, maiores de 18
anos com deficiência, moradores em residências inclusivas e a população indígena.
A
decisão de Assis Silva de vacinar a mulher, segundo o promotor Marcelo Borges
Amaral, pode constituir “crime de abuso de autoridade e prevaricação”, uma vez
que o secretário confessou a utilização do cargo movido por sentimentos
pessoais.
As
investigações prosseguem durante o afastamento do secretário. O MP também
instaurou procedimento para apurar possível prática de improbidade
administrativa.
“O
afastamento teve por objetivo impedir que Assis Silva Filho prejudique as
investigações e continue se utilizando do cargo para privilegiar pessoas
indevidamente no processo de vacinação da covid-19”, diz o MP. (Fonte: UOL)
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