Bahia confirma transmissão comunitária da variante da Covid-19 do Reino Unido
A
Vigilância Epidemiológica do Estado da Bahia confirmou nesta quarta-feira (17)
a transmissão comunitária da variante B.1.1.7 do SARS-CoV-2, originalmente
detectada no Reino Unido, no estado. A informação foi divulgada nesta quarta
pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesab).
De
acordo com a Sesab, o resultado veio após o sequenciamento genético da amostra
de um homem de 62 anos, residente em Salvador, sem histórico de viagem ao
exterior, nem contactantes com esse perfil. O sequenciamento genético da
amostra foi realizada pela Fiocruz, no Rio de Janeiro.
Até
o momento, a Bahia identificou outros três casos suspeitos da variante do Reino
Unido e confirmou a circulação da mesma linhagem do SARS-CoV-2 presente em
Manaus, que é a P.1, em 11 pessoas, todos com origem na região Amazônica.
De
acordo com a diretora da Vigilância Epidemiológica do Estado, Márcia São Pedro,
a transmissão autóctone ou comunitária ocorre quando as equipes de vigilância
não conseguem mapear a cadeia de infecção, sem saber quem foi o primeiro
paciente responsável pela contaminação dos demais.
O
Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia (Lacen-BA), que é a terceira
maior unidade de vigilância laboratorial do país e classificado na categoria
máxima de qualidade pelo Ministério da Saúde, iniciará o sequenciamento de 300
novas amostras dos estados da Bahia, Sergipe, Alagoas, Piauí, Pernambuco e Rio
Grande do Norte.
Até
o início do mês a Bahia tinha registrado 11 casos da variantes de Manaus, mas
todos eram turistas da região amazônica, que estavam de férias no estado.
Situação da pandemia na Bahia
Segundo
boletim divulgado pela Secretaria de Saúde (Sesab) na noite desta quarta-feira
(17), 3.733 novos casos foram confirmados nas últimas 24h. O boletim
contabiliza ainda 64 mortes, ocorridas em diversas datas.
Na
manhã desta quarta, a diretora geral do Instituto Couto Maia, Ceuci Nunes,
disse que a unidade está atualmente com a mesma ocupação registrada no pico da
pandemia, entre maio e julho de 2020. Dos 88 leitos exclusivos para tratamento
da Covid-19, apenas 12 estavam desocupados no início do dia.
Nas
Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e gripários de Salvador, o número de
pessoas que precisaram de regulação para unidades de tratamento da Covid-19 nas
últimas 24h foi o maior dos últimos 120 dias.
"Dentro
das UPAs municipais foi o maior número de solicitação de regulação. Tivemos em
24 horas 97 solicitações, e foram reguladas 50 pessoas. É um número que nós
estamos bastante preocupados", disse o secretário municipal de saúde, Léo
Prates.
No
interior, novos leitos tiveram de ser reabertos. Camaçari, na região
metropolitana de Salvador, recebeu mais 20 novos leitos de Unidade de Terapia
Intensiva (UTI). Em Barra, no oeste do estado, 15 leitos foram abertos. E na
Chapada diamantina, na cidade de Seabra, também foram reabertos 15 leitos.
Desde
outubro de 2020, o número de pessoas que buscam o sistema de saúde por causa de
outras doenças tem aumentado. São pacientes com doenças crônicas, que estavam
evitando procurar os postos e hospitais e que agora, lotam as unidades de
saúde.
“Nos
últimos 15 dias, nós temos observado, além do aumento das demandas não Covid,
um aumento considerável das demandas, isso impacta no sistema de saúde de todo
estado, inclusive na central estadual de regulação. Apesar de tudo isso, a
central tem conseguido atender 80% das demandas em 24 horas”, explica a
diretora estadual de regulação, Rita Santos. (Do G1 Bahia)
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