Covid-19: Secretário de Saúde de Igaporã-BA é acusado de furar fila da vacinação
O
secretário municipal de Saúde de Igaporã, Márcio Fagundes Fernandes, foi
acusado de improbidade administrativa em ação civil pública ajuizada no dia
11/02, pelo Ministério Público estadual. Segundo o promotor de Justiça Jailson
Trindade Neves, o gestor furou a fila da vacinação contra Covid-19 ao ser
vacinado mesmo sem fazer parte dos grupos definidos como prioritários pelo
Ministério e Secretaria estadual da Saúde para a primeira fase da imunização. O
promotor solicita à Justiça que impeça o secretário de receber a segunda dose
da vacina e determine, como multa, a indisponibilidade dos bens dele até o
valor de R$ 50 mil; a retratação pública de Márcio Fernandes reconhecendo a
ilicitude do seu ato e ressaltando a importância da fila de prioridade ser respeitada
pela população; e a desvinculação da imagem do gestor da campanha municipal de
vacinação.
Conforme
a ação, o secretário de Saúde alegou que se vacinou porque estaria frequentando
ambientes de risco para realizar a organização administrativa da Secretaria e
estaria atendendo diversos cidadãos que procuravam o serviço do órgão. Além
disso, segundo o documento, o secretário permitiu a vacinação de pessoas, em
detrimento de grupos prioritários, como idosos. Entre os beneficiados estariam
inclusive servidores jovens, como Márcio Fernandes, “que não estão mais
expostos ao vírus que o restante da população pelo simples fato de atuarem na
área administrativa de saúde”. O promotor aponta que, diferente do alegado, o
secretário não se enquadra na estratificação recomendada pelas autoridades
competentes para os trabalhadores de saúde.
“Como
as vacinas chegam gradativamente, em pequenas quantidades, sobretudo por se
tratar de Município de pequeno porte no interior do estado, é imperioso que o
Município desenvolva o seu Plano de Vacinação local, com parâmetros claros e
objetivos, a fim de alocar adequadamente os recursos escassos dentro dos grupos
prioritários. A lista dos vacinados até o momento revela que não foi isso que
aconteceu”, afirmou Jailson Neves. Segundo informações da Secretaria Municipal
de Saúde, houve sobras do primeiro lote de vacinas recebido, com 130 doses, que
foi destinado aos profissionais de saúde da linha de frente, com o restante
sendo aplicado em outros trabalhadores da área. (Fonte: Cecom/MP-BA)
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