Lázaro Barbosa dormia há cinco dias em propriedade de fazendeiro preso, diz caseiro à polícia
O
caseiro preso suspeito de ajudar na fuga de Lázaro Barbosa disse em
interrogatório à polícia que o suspeito de matar uma família em Ceilândia
dormia na fazenda onde ele trabalhava há cinco dias (veja os detalhes do
depoimento abaixo). A força-tarefa que tenta prender fugitivo foi proibida de
entrar na fazenda pelo dono, segundo o boletim de ocorrências registrado. Os
dois seguem presos até as 12h desta sexta-feira (25).
Os
suspeitos respondem por favorecimento pessoal e posse de arma de fogo. A
polícia encontrou espingardas e munições na propriedade.
De
acordo com o boletim de ocorrências, equipes receberam uma denúncia de que
Lázaro poderia estar em uma fazenda na região. Ao chegarem ao local na
quarta-feira (23), o dono da propriedade disse que não queria que os agentes entrassem
no local para fazer as buscas.
No
dia seguinte, equipes voltaram ao local e conseguiram entrar. No
interrogatório, o caseiro disse que o dono da propriedade ajudava Lázaro, dando
alimentos e deixando que ele dormisse na casa. Já o fazendeiro não deu nenhuma
declaração durante o depoimento.
O
advogado Ilvan Silva Barbosa negou que os presos tenham qualquer ligação com
Lázaro Barbosa. "O caseiro fala que, provavelmente, pode ter visto uma
pessoa parecida com o Lázaro. Já o proprietário disse que nunca o viu e não tem
contato nenhum com Lázaro", disse.
Durante
o depoimento, o caseiro disse que trabalha no local há 21 dias e que na
sexta-feira (18) recebeu ordens de não deixar policiais entrar na fazenda. A
partir de então, passou a ouvir o fazendeiro chamar por Lázaro na hora do
almoço.
O
funcionário disse ainda que na noite do mesmo dia, viu Lázaro na área da
churrasqueira, mancando e, logo depois, foi para uma área de mata. Ao
questionar o patrão, o homem disse que ele estava imaginando coisas.
Ainda
à polícia, o caseiro disse que não trabalho durante o fim de semana mas, na
segunda-feira (21), percebeu que Lázaro teria voltado, pois estava faltando
leite e pão. Na quarta-feira (23), ele teria sido ameaçado pelo fugitivo caso
contasse algo para a polícia.
Já
na quinta-feira (24), o caseiro teria visto Lázaro entrar correndo e se
esconder em um cômodo da casa. O fugitivo, segundo ele, teria mandado que ele
saísse. O funcionário, então, viu equipes da polícia se aproximando e disse ter
ordens para não os deixar entra.
“O
interrogado afirma que não avisou aos policiais que Lázaro estava escondido no
quarto da sede da fazenda por ter sido ameaçado de morte”, diz o registro.
Em
outro momento, novas equipes da força-tarefa foram à fazenda e perceberam um
vulto entrando em uma mata, momento em que o funcionário disse se tratar de
Lázaro.
Ainda
em interrogatório, o caseiro disse que o patrão ordenou que as portas fossem
deixadas destrancadas desde o último dia 18.
Prisão
Em
coletiva após a prisão dos suspeitos, o secretário de Segurança Pública, Rodney
Miranda, disse que os dois chegaram a confessar aos policiais a ajuda ao
procurado.
“Prendemos
duas pessoas que estavam auxiliando ele nas fugas, principalmente a se esconder
da ação policial. Eles estão sendo autuados agora por porte ilegal de arma de
fogo e por facilitação da fuga. [...] Uma pessoa, testemunha, o viu [Lázaro] e
depois, na entrevista que nós fizemos com os dois que estão sendo autuados, os
dois confirmaram que ele estava realmente lá e que ele passou as últimas noites
lá”, disse.
A
polícia apreendeu armas e munições. Uma delas pode ter sido usada por Lázaro.
"Uma das armas inclusive é a arma que foi vista, que ele furtou
possivelmente em uma das residências, uma garrucha calibre 22, com 50 munições.
Ele foi visto em algumas propriedades com essa garrucha na mão, com essa arma,
uma espingardinha", disse o secretário.
Os
dois suspeitos de ajudar Lázaro Barbosa foram encontrados durante um cerco da
polícia, que já dura quase 18 horas. Estradas foram bloqueadas por volta de 15h
de quinta-feira. Uma fila de carros foi formada. Chacareiros contam que
precisam passar para alimentar os animais e ter informações de parentes, mas
alguns não conseguiram seguir o caminho. (G1)
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