Bahia: Suspeito de envolvimento no assassinato de tio e sobrinho após furto de carne, morre em confronto com PMs
Um
jovem morreu após ser baleado em confronto com policiais militares no bairro da
Chapada do Rio Vermelho, em Salvador, na quinta-feira (1º). Segundo a PM, ele é
suspeito de envolvimento nas mortes de Bruno e Yan Barros, tio e sobrinho
assassinados após furtarem carne no supermercado Atakarejo.
O
jovem foi identificado como Matheus Santana de Assis, de 25 anos. Ele foi
encontrado por policiais na Rua Paulo VI, enquanto os PMs faziam uma ronda. A
polícia informou que, quando chegou ao local, foi confrontada por homens
armados e revidou.
Depois
dos disparos, os policiais encontraram Matheus ferido no chão e o socorreram
para o Hospital Geral do Estado (HGE), mas ele já chegou na unidade sem vida. O
envolvimento de Matheus no caso das mortes de tio e sobrinho só foi constatado
durante o registro da ocorrência.
Ainda
de acordo da PM, quando o procedimento de identificação dele estava sendo
feito, a polícia localizou um mandado de prisão contra ele, por causa do
inquérito do caso das mortes de tio e sobrinho. A polícia não detalhou o tipo
de envolvimento de Matheus nas mortes.
Não
há detalhes sobre o sepultamento dele. A polícia detalhou ainda que uma pistola
e mais de 70 pinos de cocaína foram encontrados com Matheus.
Mortes de Bruno e Yan Barros
Na
noite de 26 de abril, dois homens foram achados mortos na localidade da
Polêmica, em Salvador. De acordo com a Polícia Civil, eles foram torturados e
atingidos por disparos de arma de fogo. À época, a polícia informou que a
motivação do crime estava relacionada ao tráfico de drogas.
Um
dia depois, eles foram identificados como Bruno Barros e Yan Barros. Já no dia
29 de abril, a mãe de Yan, Elaine Costa Silva, revelou que ele foi morto após
ter sido flagrado pelos seguranças do supermercado Atakarejo, após furtar carne
no estabelecimento.
Segundo
ela, o tio de Yan, Bruno, que também foi morto, enviou áudios a uma amiga
informando o que tinha acontecido e pedindo ajuda para não ser entregue aos
traficantes do Nordeste de Amaralina. No áudio, Bruno chegou a pedir para que a
amiga chamasse a Polícia Militar, o que a jovem alega ter feito.
Apesar
do crime ter acontecido no dia 26 de abril, o supermercado Atacadão Atakarejo
só afastou os seguranças envolvidos no caso 11 dias depois, no dia 6 de maio.
Imagens gravadas por um celular flagraram um dos seguranças do Atakarejo
agredindo Yan.
No
vídeo é possível ver que o segurança deu um mata-leão no jovem. Nas imagens
gravadas, Yan pede o tempo inteiro para sair e grita "não"
repetidamente. Depois disso, ele acaba caindo no chão e parece chorar. Também é
possível ver no vídeo que ao menos seis pessoas assistem à cena sem fazer nada.
Em
uma coletiva de imprensa sobre o caso, no dia 10 de maio, o secretário de
Segurança Pública, Ricardo César Mandarino, criticou a postura dos seguranças
do Atakarejo e chamou a atenção para o fato de que nenhum deles acionou a
polícia.
"Eles
dizem que fizeram ocorrência administrativa, mas em nenhum momento foi registrado
oficialmente. Os seguranças não têm poder de polícia, eles podem fazer
ocorrência interna para empregados, não podem tomar providência de
crimes", disse o secretário.
"Eles
tinham o dever de comunicar à polícia sobre o caso e não fizeram. O supermercado
tem obrigação de orientar seus funcionários. E, se contrata empresa para
segurança, tem obrigação de saber que empresa é essa, que tipo de atitudes essa
empresa toma e tem a obrigação de coibir abusos", destacou o secretário. (G1
Bahia)
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