Prima de motorista por app morto no norte da Bahia lamenta crime e teme pelos familiares: 'Ninguém nunca mais foi o mesmo'
A
prima do motorista por aplicativo morto enquanto trabalhava em Juazeiro, no
norte da Bahia, disse que a família ainda sofre com a perda do jovem e comentou
que a saúde física e mental de todos está comprometida após o ocorrido. Na
terça-feira (29), parentes e amigos organizaram um ato, para pedir rigor nas
investigações.
Diego
de Araújo Monteiro foi morto no dia 13 de março e teve o corpo encontrado
dentro do próprio carro, que foi incendiado. Duas pessoas, que não tiveram
nomes divulgados, estão presas por suspeita de envolvimento com o crime.
“Foi
um crime monstruoso, não foi um crime qualquer. Mataram e tocaram fogo nele! A
gente sofre por nós mesmos e sofre preocupado com minha avó, o pai, a mãe, os irmãos
dele. Ninguém nunca mais foi o mesmo em casa”, afirmou Lilia Monteiro, prima da
vítima.
Conforme
ela, toda a família teme represálias por parte dos suspeitos, já que o caso
gerou grande comoção e teve forte repercussão. Embora estejam encarcerados,
Lília pensa que eles podem ser soltos a qualquer momento.
Além
disso, após perderem Diego, os parentes estão sem se alimentar e dormir, e não
conseguem também cuidar de outros aspectos da vida pessoal. O pai de Diego,
Orlando Monteiro, disse, em poucas palavras, que tem passado por dias tristes e
madrugadas em claro, após a morte do filho.
“Eu
não estou prestando para nada. Não estou conseguindo nem dormir. Só quero
justiça. E o culpado que deve, pague”, disse, em tom de revolta e lamentação.
Entenda
o caso
Diego
foi encontrado morto dentro do carro que utilizava para trabalhar como
motorista por aplicativo. O veículo foi achado carbonizado, no bairro Quidé.
Em
24 de março, um dos suspeitos se apresentou à polícia, na companhia de um
advogado, e disse que o crime foi motivado por uma dívida por drogas. A família
imediatamente contestou a versão.
Na
ocasião, o delegado responsável pela investigação do caso, Thiago Pessoa, disse
que não solicitou a prisão preventiva do suspeito porque não houve tempo hábil.
De acordo com a polícia, a alegação de que o crime foi motivado por dívida de
drogas foi desconstituída durante as apurações, pois foram constatadas
divergências entre as informações prestadas por um dos jovens e a perícia.
Na
terça-feira (29), os dois suspeitos foram presos. Eles foram denunciados pelo
Ministério Público e autuados por homicídio triplamente qualificado. Segundo a
Polícia Civil, no mesmo dia a dupla mudou a versão do crime, em depoimento, e
disse que matou porque a vítima teria reagido à voz de assalto.
Um
dos investigados ainda acrescentou que a decisão atear fogo ao veículo foi
adotada para dificultar as investigações e detalhou que a gasolina utilizada
para incendiar o veículo foi comprada em um posto perto do local do crime.
Câmeras de segurança instaladas no estabelecimento ajudaram a identificar a
dupla e elucidar os fatos. (g1 Bahia)
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