Ipupiara-BA: Vereadores protocolam representação no MP contra Prefeitura por suposta contratação de "funcionários fantasmas"; padre e ex-prefeito constam na lista

 

Os vereadores da bancada de oposição da Câmara de Ipupiara/BA, protocolaram no Ministério Público Federal, nesta terça-feira (12), representação contra a Prefeitura de Ipupiara por suposta contratação de ‘funcionários fantasmas’.

Conforme informações contida na denúncia, o padre Márcio Domingos Benevides de Souza, responsável pela paróquia São João Batista de Ipupiara, e o ex-prefeito do mesmo município, Gildásio Martins Sodré, figuram em planilhas mensais de pagamentos realizados pela empresa Gênesis Inovações Empresariais — que presta serviços para prefeitura de Ipupiara, fornecendo gestão de mão de obra terceirizada para execução de serviços nas secretarias do município.

De acordo com informações da Prefeitura prestadas ao Tribunal de Contas dos Municípios — e conforme apurado pela redação do portal Meio Minuto — constam planilhas disponíveis no serviço E-TCM consulta pública, com o nome do ex-prefeito Gildásio Sodré, tendo ao lado o número do seu CPF e a secretaria a qual seu cargo supostamente estaria vinculado. Além disso, consta também a função de coordenador que seria exercida pelo ex-prefeito Gildásio e uma sequência de valores, supostamente pagos ao político a título de salário líquido, algo em torno de R$ 2.000,00.

Já em relação ao padre Márcio Benevides, a tabela segue o mesmo padrão, onde o pároco supostamente exerce a função de Auxiliar de serviços gerais, com salário líquido em torno de R$ 1.320,00.

No entanto, conforme interlocutor da oposição consultado pelo portal, disse que é de conhecimento público em todo o município de Ipupiara, "que nem o ex-prefeito, que atualmente está aposentado, menos ainda o padre, que tem como responsabilidade principal administrar a paróquia localizada no município, exercem, de fato, as funções para as quais supostamente estariam contratados pela empresa Gênesis Inovações Empresariais".

— É inevitável que se deduza que os dois estariam envolvidos em um clássico e vergonhoso caso de corrupção, popularmente conhecido como caso dos funcionários fantasmas. Além do padre e do ex-prefeito, outros nomes suspeitos aparecem nas planilhas nas quais tivemos acesso — disse.

À reportagem também teve acesso ao quinto Termo Aditivo ao Contrato celebrado entre a Prefeitura Municipal de Ipupiara/BA e a empresa Gênesis Inovações Empresariais, publicado na Edição nº 1183 do Diário Oficial do Município, no dia 1° de Agosto de 2023, em que o prazo de vigência do contrato n.º 224/2021, teve a vigência prorrogada até 08/02/2024.

— Desta forma, fica demostrado que não só a empresa Gênesis tem vínculo com a Prefeitura de Ipupiara, como o contrato ainda está em vigor — disse o interlocutor à reportagem.

OUTRO LADO

Procurado pela reportagem, o prefeito Ascir Leite Santos (PP) disse que o “ex-prefeito Gildásio presta serviço para secretária de Meio Ambiente" — e afirmou que na Prefeitura não existe nenhum funcionário fantasma.

O padre Márcio Domingos Benevides de Souza também rechaçou as acusações e classificou a situação como “maldosa” e disse que faz parte do “pacote de maldade, moldado pela oficina do ódio, nutrido pelo desespero”. [ABAIXO, NOTA NA ÍNTEGRA].

À reportagem não conseguiu contato com o ex-prefeito Gildásio Martins Sodré.

— PADRE BENEVIDES ESCLARECE —

Lamentável que ainda tenham pessoas capazes de tanta maldade. Todo o povo de Ipupiara conhece o Projeto Girassol, executado pela Paróquia São João Batista, que faz um bem imenso a tantas crianças e adolescentes em Ipupiara, com oficinas ludo pedagógicas a exemplo de reforço escolar, futebol, violão, bijuteria, informática, biblioteca aberta a serviço de pesquisas, entre outras. Trabalhamos em parceria pública, caminho estimulado em nossos projetos sociais e assim temos DOIS servidores cedidos pela prefeitura para limpeza e coordenação do Projeto Girassol (e louvamos a gestão municipal por apoiar esse belíssimo Projeto que tem uma história tão linda e precisa continuar a fazer o bem). Acontece que um dos coordenadores por motivos pessoais se desligou do projeto e não conseguimos de imediato alguém para tal função. Nessa ocasião eu assumi a coordenação como psicopedagogo, dando horas de meu trabalho na coordenação do Projeto, de tal modo que, com base na Lei que ampara o convênio da Prefeitura com a Paróquia, exclusivamente para o PROJETO GIRASSOL, recebi pelas horas trabalhadas e é justo, por um período de seis meses, no lugar do servidor ausente. Tão somente. As pessoas precisam ter coragem de se aproximar e perguntar ao invés de criar rótulos sumários, sem que as partes sejam ouvidas. A maldosa postagem sobre funcionário fantasma, é parte do "pacote maldade", moldado pela oficina do ódio, nutrido pelo desespero. Indignado com esta falta de diálogo e incapacidade de apoio ao bem que se faz.  Podem perseguir, afinal só se joga pedra em árvore que produz frutos.

| Fonte: Portal Meio Minuto.