Isolamento é necessário 'porque você não sabe o que fazer', diz ministro
O
ministro da Saúde, Nelson Teich, afirmou nesta quarta-feira (29) que o
isolamento social é necessário em meio à pandemia do novo coronavírus porque
"você não sabe o que fazer".
Teich
deu a declaração ao participar de uma audiência, por videoconferência, com
senadores. O ministro foi convidado a explicar as medidas adotadas pelo governo
para conter o avanço do coronavírus.
"As
medidas de isolamento, que radicalizam o distanciamento, ele é necessário
porque você não sabe o que fazer. A única coisa que você sabe é que o
distanciamento diminui o risco de contágio. Como você não sabe quem está
contaminado, qual o percentual, como aquilo transmite, qual frequência, você
faz o radical, o que se faz há cem anos, você separa todo mundo", declarou
Teich.
O
isolamento social é recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e por
especialistas. O antecessor de Teich no ministério, Luiz Henrique Mandetta,
divergia publicamente do presidente Jair Bolsonaro sobre o tema.
Enquanto
Mandetta defendia o isolamento, Bolsonaro pedia a "volta à
normalidade" e o fim do "confinamento em massa".
Segundo
o Ministério da Saúde, até a tarde desta quarta, o Brasil havia registrado
5.466 mortes por coronavírus e 78.162 casos confirmados.
'E
daí?'
Durante
a sessão remota, senadores criticaram Bolsonaro por ter feito a seguinte
declaração, nesta terça (28), a ser questionado por uma jornalista sobre as
mortes no país: "E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias,
mas não faço milagre."
Kátia
Abreu (PP-TO) se disse indignada com a fala do presidente. Ela afirmou que
espera "atitude e espírito público" de Bolsonaro já que não pode
contar com sua "solidariedade".
O
senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) ressaltou que não deve haver dubiedade na
orientação do governo em torno do isolamento social e que o presidente da
República está dando "sinais contrários" às recomendações de
distanciamento.
Teich
respondeu que a pasta nunca mudou a orientação sobre o distanciamento social.
Quanto às declarações de Bolsonaro, o ministro afirmou que o ministério não é
"indiferente à morte das pessoas".
"A
gente, como ministério, nunca se posicionou para saída do distanciamento. A
decisão [pela flexibilização do distanciamento] foi de alguns governadores.
Nossa orientação desde o começo é o distanciamento. A gente não é indiferente à
morte das pessoas", disse. (Fonte: G1)
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