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Vídeo: Nuvem de gafanhotos se reaproxima do Brasil e bombardeio de agrotóxico gera apreensão.


Há cerca de um mês, a notícia de que uma nuvem de gafanhotos poderia chegar ao Brasil deixou o pequeno município de Barra do Quaraí, no Rio Grande do Sul, apreensivo. Os insetos se afastaram, mas voltaram a se reaproximar da cidade nos últimos dias. Ainda preocupado, o prefeito Iad Mahoud Abder Rahim Choli (PSB) mantém conversas diárias com autoridades e não descarta uso de agrotóxicos em caso de invasão da praga.

Segundo o Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agroalimentar da Argentina (Senasa), a nuvem de gafanhotos está na província argentina de Entre Ríos, nas proximidades com o Rio Grande do Sul e o Uruguai. A região fica a aproximadamente 120 quilômetros de Barra do Quaraí.


Nuvem de gafanhoto deixa em alerta cidade do RS na fronteira com Argentina
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) comunicou nesta segunda-feira (20) que as probabilidades de os insetos se deslocarem rumo ao Uruguai são maiores, embora técnicos da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul tenham alertado que a nuvem poderia alcançar o Brasil ainda nesta semana.

Em contato permanente com o governo, o prefeito de Barra do Quaraí recebeu a informação na manhã desta terça (21) de que a tendência era que os gafanhotos seguissem o caminho em direção ao Uruguai. Mesmo assim, o alerta continua, já que a rota pode ser afetada pelas condições climáticas e, sobretudo, pelos ventos. Os insetos preferem o tempo quente e seco para se alimentar e continuar o voo.

"As informações que temos são de que se os gafanhotos se deslocaram paralelamente ao Brasil, mais em direção ao Uruguai. Hoje a possibilidade de eles entrarem no Uruguai é muito maior, mas depende dos ventos. A previsão meteorológica é que amanhã começa a entrar outra frente fria aqui na região e, com isso, eles ficam estacionados e com pouca locomoção", disse Choli.

A possível chegada da nuvem de gafanhotos deixou em aflição os pouco mais de quatro mil habitantes de Barra do Quaraí. A economia do município gira em torno do cultivo de arroz, agora em entressafra, e da criação de gado. O temor é que os insetos possam arruinar as plantações e deixar os rebanhos sem comida.


Embora não ofereçam risco à saúde humana, os gafanhotos se alimentam de qualquer vegetal e podem provocar prejuízos inestimáveis aos produtores rurais. A estimativa do Senasa é de que havia em torno de 40 milhões desses insetos na nuvem inicialmente.

"O problema é que o prejuízo por onde os gafanhotos passam é altissimo, destrói tudo que é tipo de plantação.Se passa nas que servem para alimentação de gado, imagina o prejuízo aos rebanhos, que fatalmente vão perder peso e possivelmente vão morrer de fome. Isso é uma preocupação enorme para a região", afirmou Choli. "Os mais novos estão bem mais apreensivos, porque, para eles, é novidade. Os mais antigos contaram que enfrentaram essa situação a cerca de 50 anos, e não tem muito o que fazer".

A prefeitura do município gaúcho tem atualizado com frequência os moradores por meio das rádios locais. Caso a nuvem entre na cidade, a principal alternativa cogitada é o uso de agrotóxicos. O Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag) disponibilizou 70 aviões para aplicar o inseticida contra a nuvem. O governo do estado ainda conta com uma frota de cerca de 400 aeronaves para apoiar o combate. No entanto, especialistas advertem para os danos que o método pode causar ao meio ambiente e às pessoas.


Ciente dos riscos, o prefeito de Barra do Quaraí diz que existem estudos para que o uso dos agrotóxicos tenha o menor impacto possível. Em conversas com as autoridades, ele foi informado que o combate aos gafanhotos dependeria do local por onde eles entrassem no país.

"Se for via urbana, não pode ser pulverização aérea, vai ter que esperar adentrar mais no país e aplicar em uma parte descampada. Temos também o Parque Estadual do Espinilho, onde não pode ser aplicado inseticida. Vai depender muito da área e da condição climática, para ver se vai ser via aérea ou com trator", explica Choli.

Para ele, deve-se levar em conta o custo-benefício ao optar pelos agrotóxicos. Mesmo preocupado com seus efeitos, o prefeito diz confiar nos estudos conduzidos pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul.


"Tanto a invasão dos insetos como os agrotóxicos preocupam. A gente acredita que os técnicos e o Estado não vão aplicar algo que vai causar mais prejuízo do que o próprio gafanhoto, que nos causa mais apreensão do que o agrotóxico. Eles não vão aplicar em cima de um parque, nem da cidade. Vão analisar o melhor ponto para fazer o ataque a esses insetos. Estão fazendo um plano bem efetivo e estudado para esse combate", disse.

Segundo o Secretário da Agricultura, Covatti Filho, neste momento, o Plano Operacional da secretaria está na fase de vigilância e monitoramento, mas, se a nuvem entrar no Rio Grande do Sul, as equipes devem agir rapidamente para executar as medidas de controle fitossanitário.


Os estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina estão em estado de emergência fitossanitária desde 25 de junho por determinação do Mapa. A medida é preventiva e deve durar um ano.

Em nota, o Mapa ressaltou que sua equipe se "mantém em alerta juntamente com as Superintendências Federais de Agricultura (SFAs) e os Órgãos Estaduais de Defesa Agropecuária em ambos os estados e em permanente contato com o Senasa para o monitoramento do deslocamento da nuvem de gafanhotos e a preparação de medidas de controle de forma tempestiva, se for necessário". (Fonte: UOL)



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