Após 20 dias de buscas, Lázaro Barbosa foi metralhado e morto durante troca de tiros com a polícia em Goiás
Lázaro
Barbosa, 32 anos, acusado de matar quatro pessoas de uma mesma família em
Ceilândia, foi morto em troca de tiros com a polícia na manhã desta
segunda-feira (28/6), em Águas Lindas de Goiás. Ele era procurado havia 20
dias.
Antes
da confirmação da morte do criminoso, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado,
havia anunciado, pelas redes sociais, a prisão. "Ta aí, minha gente, como
eu disse, era questão de tempo até que a nossa polícia, a mais preparada do
país, capturasse o assassino Lázaro Barbosa. Parabéns para as nossas forças de
segurança. Vocês são motivo de muito orgulho para a nossa gente! Goiás não é
Disneylândia de bandido", escreveu o governador na legenda da publicação.
O
secretário de segurança de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda, se
pronunciou sobre o fim da operação: “Encerrado, graças a Deus”. O secretário e
os policiais da força de segurança foram recebidos com aplausos pela população
de Águas Lindas do Goiás.
Casa Militar de Goiás foi responsável
por capturar Lázaro, diz Caiado
Em
entrevista à GloboNews, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), exaltou as
forças de segurança que fazem parte da força-tarefa que buscavam por Lázaro.
Segundo ele, a Casa Militar do estado foi a responsável por capturar o foragido
na manhã desta segunda-feira (28/6), após uma troca de tiros.
“Nós
temos, hoje, a melhor polícia do país. Não houve hora nenhuma a necessidade de
mudar a iniciativa e o preparo dos nosso policiais. Não houve nenhum
assassinato a mais, nossa polícia não se excedeu em nenhum momento”, disse.
Além
disso, Caiado afirmou que as investigações em torno das pessoas que ajudaram
Lázaro durante a fuga. “É uma rede criminosa. Ele estava ali muito bem
aparelhado”, frisou.
Na
última sexta-feira (25/6), a polícia prendeu duas pessoas suspeitas de
esconderem o foragido. O caseiro, Alain Reis Santana, foi liberado após
audiência de custódia. O proprietário da chácara, Elmir Caetano, 74, segue
preso.
Buscas duraram 20 dias
As
buscas por Lázaro tiveram início em 9 de junho, quando a polícia começou a
investigar um triplo homicídio no Incra 9, em Ceilândia . Pai e dos dois filhos
foram e encontrados mortos e a mãe da família não estava no local . O incidente
Cláudio Vidal de Oliveira, 48 anos, e os filhos dele, Gustavo Marques Vidal,
21, e Carlos Eduardo Marques Vidal, 15, eram as vítimas. Cleonice estava
desaparecida.
No
fim da tarde, a Polícia Civil do DF divulgou a foto de Lázaro Barbosa de Souza
e o confirmou como suspeito de cometer os crimes em Ceilândia Norte. A
descoberta foi feita a partir de impressões digitais encontradas na chácara.
Com a identidade, a ficha de Lázaro foi levantada, com um histórico recente de
agressões.
Em
26 de abril, Lázaro cometeu estupro e roubo contra uma mulher que abordou na
rua. O caso é investigado pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher
(Deam). Já em 17 de maio, ele invadiu outra chácara, próxima à da família
assassinada. Nela, amarrou as vítimas e as ameaçou com revólver e faca, obrigou
todos a ficarem nus e as moças da família a cozinharem para ele.
Novas invasões, confissão e incêndios
As
buscas por Cleonice já completavam 24 horas quando a PCDF descobriu outra
invasão em uma chácara próximo ao local onde a empresária foi sequestrada.
Lázaro foi reconhecido pela nova vítima. Durante três horas da tarde de 10 de
junho, ela e o caseiro foram mantidos reféns.
De
acordo com relatos das vítimas, Lázaro encontrou o caseiro primeiro e disse que
não ia fazer nada, contanto que ninguém reagisse. Em seguida, colocou uma
máscara de criança e mandou chamar quem estava dentro de casa. Para a dona da
chácara, o criminoso confessou ter matado a família Vidal, mas disse que não
estava só.
Na
madrugada de sexta-feira (11/6), as buscas por Lázaro e por Cleonice
ultrapassaram a fronteira do Distrito Federal. O suspeito invadiu uma chácara
em Ceilândia por volta das 20h, fez o caseiro refém e roubou um veículo, um
Palio branco, que usou para se dirigir até Cocalzinho de Goiás (GO), às 3h30.
Lá, na BR-070, incendiou o carro.
Ainda
na cidade, Lázaro invadiu outra chácara, fez um caseiro refém e o obrigou a
cozinhar no sábado (12/6). Depois, invadiu outra residência e baleou três
homens, que ficaram em estado grave. No fim da noite, ateou fogo em outra
chácara. Foi neste mesmo dia, à tarde, que Cleonice foi encontrada, sem vida,
por familiares e vizinhos em um córrego próximo ao local em que morava.
No
domingo (13/6), o suspeito roubou um carro, crime denunciado pelo dono aos mais
de 200 policiais mobilizados na cidade de Cocalzinho. O veículo foi encontrado
às margens da BR-070, próximo a Edilândia (GO), local em que as buscas foram
intensificadas.
Outra
família foi feita refém pelo criminoso na terça-feira (15/6). Por mensagem, uma
adolescente moradora da chácara pediu ajuda à polícia: "Socorro. O
assassino Lázaro está aqui em casa" . Na quarta-feira (16/6), a polícia
divulgou vídeo do momento em que as vítimas são soltas . As imagens mostram a
troca de tiros que deixa um policial ferido de raspão na cabeça.
Tambpém
no dia 16, a PMDF foi retirada do caso, deixando o Bope como principal força
das buscas. A policia encontra uma camisa suja de sangue.
Em
entrevista ao Correio, a atual companheiro de Lázaro, de 19 anos,declarou que
temia pelo fim de Lázaro, e que esperava que ele se entregasse.
Em
17 de junho, duas pessoas afirmaram ter visto o homem em Cocalzinho. No mesmo
dia, Lázaro é avistado próximo a uma chácara no Girassol.
A
Polícia muda a base de força-tarefa para Girassol. A mudança aconteceu para que
a equipe tivesse melhor acesso a internet. Mais tarde o Secretário afirma que a
Força Nacional também ajudaria na caçada.
O
presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), comentou sobre o caso
Lázaro e apoiou o porte de armas: "Quem não quer ter arma, é só não
comprar".
No
dia 19 de junho, líderes religiosos denunciaram intolerância por parte dos
policiais durante buscas em seus templos.
Em
20 de junho, um total de 270 policiais estavam na busca por Lázaro. Um jovem de
23 anos é preso por se passar por policial para participar das buscas. Além
disso, um homem relatou à polícia que sua casa havia sido invadida e revirada.
No
dia 21, a Defensoria Pública do DF pediu para que a integridade Lázaro fosse
preservada e que após sua prisão, fosse encaminhado a uma cela separada. Na
manhã seguinte, a juíza da VEP nega pedidos de proteção da Defensoria. Um
homem, que pode ser Lázaro, tenta invadir uma chácara em Girassol, o caseiro
reage com tiros.
No
dia 23, a polícia cerca uma chácara, mas as buscas não têm resultado. Durante a
tarde do dia 24, um homem é visto rondando uma chácara em Estrela Brilhante,
distrito de Girassol (GO), e, mais tarde, em Luminosa. No mesmo dia, um
advogado contratado pela família tenta contato com o fugitivo para tentar uma
rendição.
Ao
fazer buscas na região no dia 25, dois homens foram presos suspeitos de ajudar
Lázaro na fuga. Um deles estava com as armas que Lázaro roubou em Cocalzinho
(GO), duas espingardas garruchas calibre 22, com 50 munições. Eles foram
identificados como o fazendeiro Elmi Caetano Evangelista e o caseiro Alain Reis
de Santana. Mais tarde, o advogado nega envolvimento dos dois. Os suspeitos vão
a audiência de custódia. Caseiro é liberado, mas fazendeiro é mantido na
prisão.
No
dia 26, a polícia descobre perfil falso que Lázaro utilizava para se informar
sobre o caso. A PM do Rio cede equipamento para auxiliar na localização de
Lázaro Barbosa. No dia 27, polícia rastreia celular e redes sociais de Lázaro.
(Correio Brasiliense)
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