Pai de mulher morta por 5 foi socorrer vítima sem saber que era filha: 'Não acreditou'
A
mulher de 41 anos morta durante um assalto em Itanhaém, no litoral de São
Paulo, foi baleada na frente do estabelecimento de comida da família. De acordo
com uma tia de Alessandra Tomie Watanabe Kokubun Fagundes, logo após perceber
que alguém havia sido baleado, o pai da vítima correu para socorrer e percebeu
que se tratava da filha.
O
crime ocorreu após a mulher chegar ao comércio da família, na Praça Benedito
Calixto, no Centro, por volta das 22h de sábado (2). O local fica a 350 metros
do 1º DP da cidade. Ela estacionou o carro e, ao sair, foi cercada por cinco
criminosos, que anunciaram o assalto.
Em
entrevista à TV Tribuna, afiliada da Rede Globo, a prima de Tomie, Rafaela
Kohani Aoki, afirmou que três bandidos puxaram a mulher e simularam uma briga.
"Na hora, eu não sabia que era ela, não tinha visto. O moço [criminoso]
começou a gritar 'tá doidona, tá doidona', para acharem que era briga entre
casal, que era o que todo mundo estava achando. Depois, parece que iam tentar
ir para cima do moço, foi aí que ele pegou a arma e disparou para o alto",
explica ela.
Segundo
a estudante, todo mundo se jogou no chão, e ela ouviu três disparos. Dois deles
acertaram Tomie, sendo um na cabeça e um no abdômen. A tia da autônoma, Lúcia
Watanabe Muniz, afirmou que o pai da jovem, que também estava no local, foi
socorrer a pessoa que havia sido baleada, sem saber que se tratava da filha.
"Meu
cunhado foi lá acudir a pessoa e, quando ele viu, era a filha dele. Ele não
acreditou. Uma moça trabalhadora, guerreira, e ter acontecido isso com ela não
é justo", declarou a familiar. Após o crime, o bando fugiu em dois carros,
sendo um deles o da vítima. O veículo dela foi abandonado e incendiado na Rua Vinte
e Um, no bairro Bopiranga.
Tomie
foi levada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Itanhaém, já desacordada,
mas não resistiu aos ferimentos. O caso foi registrado como latrocínio na
Delegacia Seccional de Itanhaém e será investigado pela Delegacia de
Investigações Gerais (DIG) da cidade. A Polícia Civil trabalha para identificar
e localizar os autores do crime.
Protesto
Logo
após o velório e sepultamento da autônoma, realizado no Cemitério Municipal do
Centro, amigos e familiares dela se reuniram na Praça Benedito Calixto, onde o
crime ocorreu, para um protesto. Eles pediram por mais segurança e justiça pela
morte da mulher. Uma faixa de luto e flores foram colocadas no local.
O
prefeito Tiago Cervantes (PSDB) também se pronunciou sobre o caso por meio de
uma nota oficial, divulgada pela assessoria do município. Ele lamentou o crime
e disse que vai cobrar as autoridades estaduais. Durante a tarde, o município
informou que imagens de câmeras de segurança vão ajudar na identificação dos
suspeitos.
Prefeitura
Segundo
a Prefeitura de Itanhaém, câmeras de monitoramento da Central de Operações e
Inteligência (COI) capturaram imagens do veículo dos criminosos, que seguiram,
na região central da cidade, o automóvel da empresária.
De
acordo com a administração, é possível ver os criminosos contornando a Praça
Narciso de Andrade e depois seguindo pela ladeira da Avenida João Batista Leal.
Depois do crime, eles fugiram pela região do bairro Baixio, invadindo um trecho
na contramão da Rua João Batista Leal, para acessar a passagem de nível da
linha férrea, que dá acesso à Rua Urcezino Ferreira. (Fonte: g1)
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