Homem é preso acusado de assassinar mãe e filha em córrego de Ceilândia
Policiais
civis da 19ª Delegacia de Polícia (P Norte) em conjunto com policiais da 3ª DP
(Cruzeiro) prenderam, na noite desta terça-feira (8/2), o homem acusado de
assassinar mãe e filha em um córrego do Setor Habitacional Sol Nascente.
Jeferson Barbosa dos Santos, de 26 anos, era amigo de Lázaro Barbosa —
criminoso que cometeu uma chacina em Ceilândia e matou quatro pessoas de uma
mesma família - e teve a foto divulgada pela PCDF na última segunda-feira
(7/2).
A
prisão foi feita na cidade baiana de Luís Eduardo Magalhães, a cerca de 540km
de Brasília. Morador do Sol Nascente, Jeferson era conhecido pelas pessoas da
região principalmente pela amizade que mantinha com Lázaro. Os dois chegaram a
trabalhar juntos em serviços de carroceria e há a hipótese que tenham cometido
crimes juntos, como roubos e furtos.
“Um
dos celulares encontrados com o irmão do autor, inclusive, foi roubado pelo
Lázaro. Ao longo das investigações, várias testemunhas trouxeram essa informação
para nós”, detalhou o delegado frente do caso, Thiago Peralva, adjunto da 19ª
DP.
Assim
como Lázaro, Jeferson também conhecia muito bem a região. O córrego onde mãe e
filha foram mortas foi no mesmo local onde Lázaro matou Cleonice Marques. À
época, a mulher foi sequestrada, estuprada e assassinada com um tiro na nuca.
O
caso
A
última vez que mãe e filha foram vistas com vida foi por volta das 14h30 de 9
de dezembro de 2021, quando saíram para tomar banho em um córrego, localizado
próximo de onde moravam. Foram 11 dias de buscas pela região, com trabalho da
equipe do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal e da Polícia Civil.
Quando os corpos foram encontrados, já estavam em estado avançado de
decomposição. A perícia concluiu que Shirlene foi morta com 37 facadas, mas
nenhuma delas atingiu a região abdominal. Tauane foi estrangulada e também
apresentava cortes por arma branca. Após investigação para chegar ao possível
autor do crime, agentes da 19ª delegacia apontaram Jeferson como o principal suspeito.
De
acordo com os delegados responsáveis pela investigação, Gustavo Araújo e Thiago
Peralva, Jeferson foi visto por testemunhas descendo, sozinho, para o córrego
onde as vítimas estavam. Mas não se descarta a participação de uma outra pessoa
no crime. "Depois que os corpos foram encontrados, Jeferson viajou com a
esposa para Bahia. Ele teria passado as festividades de fim de ano com
familiares no vilarejo de Mansidão. A promessa era de que ele voltasse para o
DF em 29 de dezembro, mas isso nunca ocorreu", destacou Peralva.
Identificação
Testemunhas
oculares afirmaram à polícia terem visto Shirlene e a filha indo rumo ao
córrego. Uma outra testemunha relatou que, no mesmo horário e no mesmo dia,
Jeferson desceu para o mesmo local. “Toda vez que desce uma pessoa para o
córrego, os cachorros latem. Essas testemunhas só repararam que o autor tinha
descido, porque os cachorros latiram. Ele desceu e não mais retornou. Depois
disso, ninguém mais passou ali”, afirmou o investigador.
Na
região, Jeferson se auto intitulava como o “cara que se dava bem com as
mulheres do córrego', fato também determinante para a autoria do crime. “As
mulheres que desciam ali, ele investia, com base nos depoimentos colhidos”,
acrescentou o investigador.
Shirlene
era vista como uma mãe superprotetora em relação à Tauane, mais até do que os
outros filhos. Testemunhas informais relataram que para defender os filhos, a
mulher era capaz de tudo. Com base nisso, a polícia traçou uma linha de
investigação. Segundo o delegado, Jeferson teria tentado “investir” contra a
adolescente, motivo pelo o qual Shirlene teria defendido a filha. “Ela foi
morta com 37 facadas e foi comprovado lesões de defesa. Acreditamos que, no
calor da emoção, ela tenha tentado defender a Tauane.”
Tauane
foi encontrada somente de calcinha. O short dela estava a poucos metros do
local dos corpos. Apesar disso, não foi possível coletar o material biológico
das cavidades sexuais para fazer qualquer confronto, de modo a comprovar se
houve ou não violência sexual contra as vítimas. (Fonte: Correio Braziliense)
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