Paulinha Abelha, da Calcinha Preta, morre aos 43 anos após internação por problemas renais em Aracaju
A
cantora Paulinha Abelha, vocalista da banda Calcinha Preta, morreu nesta
quarta-feira(23), aos 43 anos, em Aracaju. Ela foi internada no dia 11 de
fevereiro, com problemas renais. A cantora morreu às 19h26 em decorrência de um
quadro de comprometimento multissêmico. A informação da morte foi confirmada
pela assessoria de comunicação do Hospital Primavera.
Paulinha
Abelha foi internada após sentir dores, logo depois de ter chegado em Aracaju
depois de uma turnê com a banda, em São Paulo. Dias depois, o caso evoluiu para
um coma profundo. A artista a estava internada no Hospital Primavera desde o
dia 17 de fevereiro, sob os cuidados de equipes médicas de terapia intensiva,
neurologia e infectologia (leia abaixo mais detalhes da internação).
Nas
últimas 24 horas, segundo nota divulgada pelo hospital, Paulinha teve
agravamento de lesões neurológicas. A morte encefálica da cantora foi
confirmada após exames clínicos específicos.
Uma
campanha de doação de sangue foi realizada para a artista, que passava por
hemodiálise. Correntes de orações foram realizadas durante dias por fãs em
frente aos hospitais em que ela ficou internada, mas Paulinha não resistiu.
Questionada
sobre possíveis sequelas, a equipe médica que a acompanhava chegou a dizer que
o maior desafio era “mantê-la viva”.
Quem
foi Paulinha Abelha
Natural
do município de Simão Dias, no interior de Sergipe, Paula de Menezes Nascimento
Leça Viana, trabalhou com pai comercializando em feiras livres. Começou a
carreira como cantora profissional na banda Panela de Barro, onde fez dupla com
o cantor Daniel Diau.
Os
dois voltaram a cantar juntos na Calcinha Preta, que também é composta,
atualmente, por Silvânia Aquino e Bell Oliver. A história na banda tem idas e
vindas, mas começou no final dos anos 90, quando o empresário Gilton Andrade a
descobriu. Ao todo, ela gravou 21 CDs e três DVDs.
A
cantora foi homenageada na música que leva o seu nome, "Paulinha".
Deixou a banda em 2009 para integrar a G.D.Ó. do Forró com Marlus Viana, com
quem foi casada. Em 2014, retornou para a Calcinha Preta. Em 2016, Paulinha
deixou a banda para formar dupla com a Silvânia Aquino, retornando ao grupo em
2018.
Entre
os maiores sucessos interpretados por Paulinha estão as músicas:
"Furunfa", "Baby dool", "Louca por ti",
"Sonho Lindo", "Armadilha", "Paulinha" e "Ainda
te amo".
A
Calcinha Preta gravou um DVD de 25 anos em fevereiro de 2020 e retornava à
rotina de shows após meses sem apresentações por conta da pandemia.
Até
a internação de Paulinha, o último compromisso do grupo foi a gravação do
podcast Podpah, em São Paulo, no dia 8 de fevereiro. Paulinha era casada com o
modelo Clebinho Santos e não tinha filhos.
Veja
a cronologia da internação:
11
de fevereiro - a cantora Paulinha Abelha foi hospitalizada em Aracaju depois de
chegar de uma turnê com a banda Calcinha Preta em São Paulo. A internação foi
para tratar de problemas renais, mas a causa não foi divulgada;
14
de fevereiro - o quadro da cantora se agravou e ela foi transferida para a UTI.
A partir daí, passou a fazer diálise;
17
de fevereiro - O boletim médico desse dia informou que Paulinha estava em coma
e, por causa da instabilidade neurológica, não tinha condições clínicas
suficientes para a transferência. No fim da noite a situação mudou e ela foi
transferida para o Hospital Primavera, na Zona Sul de Aracaju, para fazer novos
exames renais;
18
de fevereiro - o boletim médico informou que a artista permanecia em coma,
clinicamente estável, com quadro de infecção controlado e respirando com o
suporte de aparelho. A assessoria da cantora disse ainda que estava descartada
a possibilidade de morte cerebral, e que naquela tarde ela passaria por mais
uma sessão de hemodiálise. Segundo a assessoria, Paulinha estava sendo
submetida a um novo tratamento, que só deveria apresentar resposta em 72 horas.
Com relação à transferência para hospital de outro estado, a assessoria
informou que não havia previsão de quando poderia acontecer;
19
de fevereiro - No fim da manhã do sábado, novo boletim informava que após a
investigação com exames complementares, foi afastada a possibilidade da cantora
estar com "doenças infecciosas de interesse epidemiológico para a
comunidade". O documento não trouxe mais detalhes sobre quais doenças
seriam essas. À noite, os médicos informaram que ela estava intubada e em coma
persistente;
20
de fevereiro - Segundo o boletim médico do domingo, a cantora apresentou quadro
neurológico grave e permanecia internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Ela também continuava em coma e intubada;
21
de fevereiro - na segunda-feira, a artista seguia com quadro neurológico grave,
sem sinais de instabilidade hemodinâmica, respirando com a ajuda de aparelhos e
necessitando de diálise. (g1)
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