'Paciência, por favor. Minha mãe fez cirurgia': Filha põe cartazes em caminhonete para justificar lentidão em viagem até SC
Por
conta da recente cirurgia da mãe que exigiu uma viagem interestadual, a
designer de turismo sensorial Audmara Veronese, de 47 anos, encontrou uma forma
criativa para alertar os outros motoristas sobre o motivo para trafegar
lentamente pelas rodovias entre Pato Branco (PR) até Xanxerê, no Oeste
catarinense.
Com
três cartazes colocados na traseira da caminhonete, Audmara fez o apelo:
“Paciência, por favor! Minhã mãe fez cirurgia. Tenho que dirigir
devagar".
Cirurgia da mãe
A
recém-operada Iolanda Veronese, de 70 anos, passou por uma cirurgia para
retirar quatro hérnias da região abdominal no dia 31 de outubro e teve alta no
último domingo (3).
Segundo
Audmara, a ideia surgiu como resposta após uma recomendação médica. "O
médico disse que os solavancos na estrada poderiam comprometer a recuperação da
minha mãe depois da cirurgia. Então eu tinha que dirigir bem devagar,
principalmente por conta dos buracos. Mas, quem está no trânsito tem suas
razões e condições na hora de dirigir. Foi quando pensei nas placas de forma
bem prática para explicar a situação", disse.
Dirigir devagar
Ela
lembra que levou quase três horas para percorrer 110 km. "Teve trechos que
tinha lombadas e precisei reduzir para 20km/h ou até menos para a minha mãe não
sentir tanta dor. Quando eu olhava pelo retrovisor tinha uma fila enorme de
veículos. Por incrível que pareça, não tinha ninguém buzinando, foi
inacreditável. Todos respeitaram e quando me ultrapassavam as pessoas
acenavam", disse.
A
iniciativa foi parar na internet e ganhou grande repercussão nas redes sociais.
"Recebi muito retorno de pessoas que eu não conheço e de todo país
desejando melhoras para minha mãe, além de outras falando que já tiveram que
enfrentar o trânsito com alguém doente", explica a
designer.
'Paciência, por favor'
Audmara,
que é natural de Caçador e reside em São Paulo (SP), afirmou que está
acostumada com o trânsito complicado e que a palavra paciência poderia ser mais
aplicada diante de tantos transtornos. A mãe, que também é de Caçador, e reside
há cinco anos em Xanxerê terá que retornar até o Paraná para dar andamento no
tratamento.
"Vamos
usar as placas novamente, uma vez que alguns trechos da rodovia são muito ruins
assim como a passagem das lombadas que exige uma velocidade baixa. Ela ainda
sente dor e se tiver solavancos será pior, mesmo a caminhonete sendo um veículo
grande e pesado, não consegue vencer os buracos e remendos da pista sem
trepidar", afirma.
A
designer explica que a experiência também trouxe lições compartilhadas.
"Tem muita gente que precisa dirigir com maior lentidão e isso deve
repetir diariamente em grandes capitais ou no interior. O que me deixou feliz
foi perceber que as pessoas que conseguiram ler as placas estavam se colocando
no lugar do outro. O mais importante é que em tempo de tanta intolerância
existe empatia e respeito", finaliza Audmara. (F: G1 SC)
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