Barra-BA: Casal é preso suspeito de agir de como 'olheiro' para assassinos de pediatra morto dentro de clínica
Um
casal foi preso nesta quinta-feira (30) suspeito de agir como
"olheiro" para os assassinos do pediatra Júlio César, morto dentro da
clínica onde trabalhava, no município de Barra, no oeste da Bahia.
Segundo
a Polícia Civil, os dois mandados de prisão temporária foram cumpridos por
policiais da 14ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Irecê)
e da Coordenação de Apoio Técnico à Investigação do Departamento de Polícia do
Interior (Cati/Depin) da Sede e da Chapada.
De
acordo com as investigações da Coorpin e da Delegacia Territorial de Barra, as
duas pessoas agiram como "olheiros" para os executores do crime. A
função da dupla era de informar o momento da chegada do médico na clínica e a
sua entrada no consultório.
A
polícia informou que durante interrogatório, os dois suspeitos admitiram que
estavam na clínica para informar os passos de Júlio César. Um deles confessou
que enviou uma mensagem pelo celular para o mandante do crime, avisando que o
médico já estava no consultório.
Ainda
segundo a Polícia Civil, o mandante do crime está foragido e continua sendo
procurado.
Os
amigos do pediatra Júlio Cesar de Queiroz Teixeira fizeram uma homenagem para o
médico na noite de quarta-feira (29), na cidade de Barra.
Um
dia antes, familiares do pediatra questionaram a Polícia Civil, que informou
que o caso tinha sido elucidado. O documento divulgado afirma que o crime teria
sido encomendado por um homem, que seria o companheiro de uma mulher que teria
sido assediada pela vítima.
Busca pelo mandante do crime
Apesar
das prisões do autor do crime e do cúmplice, a polícia ainda tenta encontrar o
mandante do crime. Na segunda-feira (27), o suspeito de atirar contra o médico
foi preso, no município de Barra. Ele foi identificado como Jefferson Ferreira.
O cúmplice, que levou o atirador até a clínica, também já foi detido. O nome
dele não foi divulgado.
De
acordo com a polícia, a motocicleta e o capacete utilizados no dia crime foram
apreendidos com o suspeito. No dia do crime, o homem entrou na clínica usando o
equipamento na cabeça.
Denúncias sobre abuso sexual
Até
a manhã desta terça-feira (28), a polícia afirmava que apurava se o pediatra
foi assassinado após alertar uma família sobre uma criança atendida por ele,
que apresentou sinais de abuso sexual.
O
caso teria ocorrido no ano de 2016, em Buritirama, cidade que fica na mesma
região. O delegado disse que foi Informado sobre a situação pela família do
pediatra.
O
irmão dele, Lula Teixeira, também falou sobe o caso com o g1, na sexta-feira
(24). A polícia vai investigar se a morte foi causada por vingança.
Lula
disse que a esposa do médico assassinado trabalhava como enfermeira e atuava
com o marido nos atendimentos. Ela presenciou o crime, que ocorreu no momento
em que Júlio César fazia o segundo atendimento do dia.
Além
da mulher, dois funcionários e uma criança, que estava acompanhada por
responsável, presenciaram o assassinato. A polícia não informou se as testemunhas
já prestaram depoimento.
Como foi o crédito
O
médico pediatra foi morto dentro do consultório que ele prestava atendimento,
em uma clínica particular de Barra. O crime aconteceu na manhã da última
quinta-feira (23).
Segundo
a polícia, o pediatra foi atingido por quatro tiros, um deles na cabeça. Ele
chegou a ser socorrido por outros funcionários da clínica e foi levado para um
hospital da região, mas não resistiu aos ferimentos.
Quem era a vítima
Apesar
da suspeita de que o crime tenha sido cometido por vingança, o irmão do médico
contou ao g1 que não entende o motivo, já que ele era conhecido pela boa
relação com todos.
"Os
colegas estão todos sem acreditar. Era um cara que vivia para trabalhar, muito
correto, direito. Não se envolvia com malandragens, não era um homem de
exageros. Um cara sempre responsável", afirmou Lula Teixeira.
O
pediatra atendia em pelo menos cinco cidades da região, além do Hospital
Roberto Santos, na capital baiana.
"Ele
sempre foi um cara longe de desavenças, de confusões, sempre foi unanimidade na
cidade, sempre foi um cara solícito, profissional, um cidadão que sempre se deu
bem com todos", disse o irmão da vítima.
Júlio
César tinha dois filhos, de 5 e 8 anos de idade. Ele era o mais novo de três
irmãos. Nasceu em Xique-Xique, no norte da Bahia, estudou em Salvador e se
formou em medicina na cidade de Maceió, em Alagoas. (Por g1 Bahia)
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