Wagner não abre mão do governo e vai enfrentar plano de Rui de concorrer ao Senado, dizem petista
Considerada
um “golpe” pelo próprio Jaques Wagner, a proposta para que ceda a cabeça da
chapa governista na Bahia ao colega Otto Alencar (PSD), atribuída ao governador
Rui Costa (PT), reavivou o desejo do senador petista de brigar pela posição
internamente para enfrentar nas urnas em outubro o adversário do DEM, ACM Neto.
A
informação é de uma importante fonte petista, com acesso a toda a bancada
federal do partido, segundo a qual Wagner vai para o contra-ataque para
garantir a conformação original da chapa, que previa ele disputando o governo,
Otto o Senado e um nome do PP – provavelmente o ex-senador Roberto Muniz – a
vice.
Isso
significaria abortar qualquer plano do governador baiano de concorrer ao Senado
no lugar de Otto, o que teria motivado Rui a levar a proposta ao ex-presidente
Lula na conversa que reuniu em São Paulo, na última terça-feira, além dele,
Wagner, o senador do PSD, a presidente nacional Gleisi Hoffman e o vice-governador
João Leão (PP).
Segundo
a mesma fonte, Wagner avalia que se é fato que Rui, muito bem avaliado como
governador, aparece como uma excelente alternativa para o Senado, isso não pode
implicar na retirada de seu nome ao governo nem no sacrifício político de Otto,
cuja eventual candidatura a governador é considerada no grupo muito menos
competitiva que a dele.
O
senador petista avaliaria que, de fato, a eleição de Lula à Presidência é
prioridade para o partido, mas que não há justificativa, por outro lado, para
que seja descartado como candidato porque acredita que possui chances reais de
vitória na Bahia e a idéia de garantir uma bancada fiel no Senado vai estar
assegurada com a reeleição de Otto.
O
senador do PSD também concordaria com a avaliação e já teria ligado para Wagner
para reforçar que, como avisou desde o princípio, mantém seu desejo de disputar
a reeleição. Otto alcançou Wagner nos EUA, para onde o ex-governador petista
foi, segundo correligionários, para aliviar a cabeça, embora a viagem já
estivesse programada.
De
lá, ele tem mantido toda sua programação de articulações políticas, agora
destinadas a manter a base petista unida e segura de que não vai recuar. Uma
lembrança que tem ocorrido a todos é que Wagner tem o controle da máquina
petista e, neste sentido, o partido só poderá dar a legenda para Rui concorrer
ao Senado se o senador concordar.
Na
cabeça dos chamados ‘wagneristas’, só faltaria resolver um ponto na composição
da chapa: a posição do vice João Leão, que só pode concorrer ao Senado, um
espaço já reservado para Otto. Mas Wagner também trabalharia com a ideia de
negociar pelo menos alguns meses no governo para que Leão pudesse encerrar o
mandato de Rui.
Além
disso, Leão indicaria o vice e outros cargos na futura administração. Segundo o
mesmo petista, só haveria uma forma de Wagner recuar diante de sua disposição
de enfrentar Rui a todo custo. Lula precisaria intervir e lhe fazer este
pedido. Mas, pergunta a mesma fonte, sob que argumento Lula discordaria de
Wagner? (Fonte: Política Livre)
Postar Comentário